D. Afonso Henriques

Tomaram posse, na passada quarta feira, os novos Orgãos Socias do VITÓRIA para o próximo triénio.
Eu não estive presente na cerimónia solene como gostava, uma vez que me desloquei ao pavilhão do clube para assistir ao jogo da taça de Portugal de basquetebol, que decorreu na mesma altura, e que, em caso de vitória, daria acesso à "final 8" da competição. E esteve quase a nossa vitória!
A tomada de posse, ao que se sabe, não correu nada bem, o que naturalmente não engrandece em nada a instituição de que todos gostámos.
Por partes.
Eu acho muito bem que todos os antigos Presidentes do clube tivessem sido convidados. As regras do protocolo a isso obrigam.
Lamento, por isso, que o ex. Presidente não estivesse presente, apesar de, ao que li, ter tido o cuidado de enviar uma carta a comunicar a sua ausência e a desejar as maiores felicidades a quem lhe sucede no cargo.
Percebo, no entanto, a sua ausência. Saiu do clube de forma muito fragilizada e, talvez por isso, e eventualmente para evitar alguns dissabores, entendeu como mais oportuno não estar presente.
A presença de Pimenta Machado, apesar de ter sido (e bem!) convidado, é que era desnecessária.
Mas essa "ausência" devia, na minha opinião, ter partido da sua iniciativa. Eu no lugar dele não teria aparecido. Agradecia o convite, desejava as maiores felicidades...mas de Lisboa!
Estámos a falar de uma figura controversa do VITÓRIA, que gera na massa associativa sentimentos diversos (há quem o idolatre e quem o odeie!) e a sua presença claramente que constituiria um foco de instabilidade.
E nesta altura a única coisa de que o VITÓRIA não precisa é instabilidade.
A presença de Pimenta Machado provocou, na minha opinião, duas coisas:
1. "Ofuscou" claramente o novo Presidente e restantes membros dos Orgãos eleitos.
Basta ler os jornais e ouvir as rádios - como quase sempre nas televisões não vi nada! - para perceber que a "figura central" da tomada de posse foi o ex. Presidente, deixando para um indesejável segundo plano todos os membros dos corpos sociais.
Aquele devia ser "só" o momento de quem legitimamente ganhou as eleições, foi "apenas" o momento de Pimenta Machado. Os "focos" que apenas deviam estar direcionados para os vencedores eleitorais, apontaram-se todos na direcção do ex. Presidente.
A presença de Pimenta Machado como que desviou as atenções.
2. Aparecendo, como apareceu, e conhecendo-se a personalidade do homem, era fácil de perceber o que Pimenta Machado iria dizer.
De facto, Pimenta Machado proferiu um rol de acusações, muitas delas injustas, na direcção de quem acabou de sair do clube.
Quem o ouvi ou leu até fica com a "impressão" que deixou o clube muito bem organizado, com as contas em dia, salários pagos, plantel forte, etc. Ora, todos sabemos que nada disto aconteceu.
Claramente não era isto que se pretendia de uma sessão solene de tomada de posse.
Este momento, que podia e devia ser um factor de união no universo Vitoriano, provocou, com a presença de Pimenta Machado e as suas criticas, mais um acentuar de divergências que depois custam muito a "sarar".
Depois há ainda a questão das quotas em atraso.
Foi tornado público que PM tinha cerca de 20 quotas em atraso.
Não fica bem a um ex. Presidente deixar de pagar as quotas quando deixa o "poder".
E pergunta-se, o facto de deixar de pagar as quotas não lhe retira a qualidade de associado? E se a perdeu podia estar presente nesta sessão? Perguntas que quem estiver habilitado e se quiser que responda.
Finalmente e para mim a questão mais importante tem que ver com o processo em que o Ex. Presidente está implicado.
A presença dele, acompanhada do apoio expresso dado à lista vencedora antes das eleições, provoca na massa associativa um sentimento de desconfiança.
O que será que está por trás de tudo isto?
O que pensará o novo Presidente do clube e a sua Direcção de toda esta situação? Como se vai comportar o VITÓRIA ("juridicamente falando") em todo este processo?
A resposta a estas perguntas vai marcar os próximos meses Vitorianos e será claramente uma "batata quente" que o novo Presidente vai ter que descascar.
Nota final para a ausência do Presidente da CMG.
Sinceramente não a entendi.
O Presidente da Nossa Cidade deve estar sempre presente nas sessões solenes daquele que é o seu maior embaixador, o VITÓRIA SPORT CLUBE.
A não ser que a ausência do Presidente CMG tenha que ver com situações de que ele tenha conhecimento e que nos escapem.
Por tudo isto, na minha opinião, os novos Orgão Sociais não foram empossados como deviam e mereciam.
Exigia-se, a bem do VITÓRIA, que tivesse havido mais serenidade e ponderação que, claramente e pelas razões apontadas, faltou.
Saudações Vitorianas.