PARALELOS!
Li, no jornal "A Bola" de ontem, uma fantástica entrevista, dada pelo Presidente da FPF.
Gosto de Gilberto Madail. Melhor dizendo, gosto da dinãmica que ele deu à FPF, nomeadamente no que há Seleção Nacional diz respeito.
Ainda me lembro dos tempos de "Saltilho", da pouca vontade dos jogadores representarem a Selecção Nacional, das derrotas que se sucediam, da necessidade da calculadora para atingir os apuramentos para grandes competições, dos estádios às moscas, das guerras pela conquista do poder quando havia eleições, etc.
Confesso que sou um fã incondicional da Selecção Nacional, exactamente na mesma medida que o sou com o VITÓRIA (naquelas conversas meias patéticas e que, por isso e para mim, não fazem grande sentido, em que se discute o que é preferível: vitória de Portugal num grande campeonato ou do VITÓRIA numa qualquer competição, eu costumo responder que, para mim, têm exactamente o mesmo sabor). Claro que alguns, que se julgam mais Vitorianos por preferirem o clube à Selecção, têm opinião diferente. Tolices!
Quando vejo a Selecção a jogar roi-o as unhas, "deito as mãos à cabeça" quando se falham golos de baliza aberta, exulto com as vitórias conseguidas, fico "doido" com as derrotas e, sempre que me é permitido, desloco-me aos estádios para ver os jogos, de cachecol e camisola vestidos.
Recordo com particular nostalgia o Euro 2000 (que tive oportunidade de assistir "ao vivo e a cores" no "país laranja", na vitória contra a Roménia, e onde também esteve o meu amigo Ademir que, ao contrário do que aconteceu comigo, que só lá estive nesse fim de semana, ficou por lá a semana inteira; enfim, carteiras.....) e, acima de tudo, o Euro 2004 que a todos nos empolgou e onde também tive o previlégio de assistir, nos estádios, a diversos jogos, neles incluido o da 1/2 final, contra a Holanda.
Estes eventos ficam-nos na memória, do mesmo modo que ainda hoje recordámos, com enorme saudade, os tempos do VITÓRIA de Marinho Peres e Paulo Autuori. Quem não se lembra dos jogos contra o Atl. Madrid, Sparta Praha, Groningen, nas Antas contra o Fcp, no enorme "comboio branco" que constituiu a deslocação à Luz e até mesmo a vitória sobre o Sporting, em Guimarães, por 3-1, numa soberba exibição do Ademir Alcântara.
Voltando à entrevista e as coisas interessantes que por lá se disseram...
Disse o Presidente da FPF que os contratos publicitários multiplicaram por 30 (sim, é mesmo TRINTA vezes!!!!!) desde o Euro 96 até ao recente Mundial da Alemanha. E, acrescenta que, na negociação do novo contrato, que está em cima da mesa e que se prolongará até ao Euro 2008, quer assinar o melhor contrato de sempre. Elucidativo!
Referindo-se à contabilidade, diz, a dado passo, que no ano que chegou à FPF (há mais de 10 anos) as contas apresentavam um resultado negativo de 360 mil contos e este ano vão apresentar um lucro de alguns milhões de euros.
Diz também que a FPF tem contas de depósitos a prazo que totalizam um montante da ordem dos 7 milhões de euros.
Foi construida a nova sede da FPF, que já se encontra paga, e que custou 11 milhões de euros. A antiga sede, situada na Praça da Alegria, que vai ser vendida, foi avaliada em 5 milhões de euros. Como curiosidade, faço aqui um parenteses, para dizer que a FPF, tal como o VITÓRIA, também foi alvo de uma execução fiscal, por uma dívida de 3,9 milhões de euros. A FPF, porque não concorda com a execução, decidiu opor-se à mesma e, para não deixar avançar o processo, entendeu, tal como o VITÓRIA, dar como garantia a penhora da antiga sede. Pelos vistos lá como cá, ambos os departamentos jurídicos entederam que era preferível a penhora do que a garantia bancária. Nestas coisas, como em quase tudo, é melhor "cada macaco no seu galho".
Refere da importância de Scolari para a Selecção (pelos vistos este novo contrato foi valorizado em mais 25% em relação ao anterior); que os jogadores receberiam, cada um, 300 mil euros, pela vitória no Mundial; que os clubes que cedem jogadores às Selecções Nacionais vão começar a receber contrapartidas por esse facto, etc...
Uma entrevista que, sinceramente, recomedo a quem gosta de futebol, nas suas diversas envolvências.
Agora o paralelo com o VITÓRIA.
1. Sem uma aposta forte no aspecto desportivo, nunca será possível o clube atingir a dimensão que aparenta possuir.
2. Sem uma grande equipa de futebol, NUNCA vai ser possível conseguir o saneamento finaceiro do clube.
3. Sem uma equipa forte não é possível fazer bons contratos publicitários e obter grandes receitas com o marchandising.
4. Sem uma grande equipa, que dispute o principal campeonato e as competições europeias, não é possível aumentar o número de sócios e trazer mais gente ao estádio.
5. Finalmente, sem um grande equipa, a prazo o clube tem tendência a desaparecer.
É sobre tudo isto que é necessário reflectir, de forma séria, para redimensionar o clube e catapultá-lo para os lugares que merece e aparentemente parece ter potencial para atingir.
Como alguém disse: "é só saber copiar o que está (bem) feito"!
Haja inteligência para tal, por parte de quem está mandatado para gerir o clube, são os meus votos.
Como o Natal está á porta, pode ser que o Pai Natal nos coloque essa prenda no sapatinho.
Saudações Vitorianas.
Gosto de Gilberto Madail. Melhor dizendo, gosto da dinãmica que ele deu à FPF, nomeadamente no que há Seleção Nacional diz respeito.
Ainda me lembro dos tempos de "Saltilho", da pouca vontade dos jogadores representarem a Selecção Nacional, das derrotas que se sucediam, da necessidade da calculadora para atingir os apuramentos para grandes competições, dos estádios às moscas, das guerras pela conquista do poder quando havia eleições, etc.
Confesso que sou um fã incondicional da Selecção Nacional, exactamente na mesma medida que o sou com o VITÓRIA (naquelas conversas meias patéticas e que, por isso e para mim, não fazem grande sentido, em que se discute o que é preferível: vitória de Portugal num grande campeonato ou do VITÓRIA numa qualquer competição, eu costumo responder que, para mim, têm exactamente o mesmo sabor). Claro que alguns, que se julgam mais Vitorianos por preferirem o clube à Selecção, têm opinião diferente. Tolices!
Quando vejo a Selecção a jogar roi-o as unhas, "deito as mãos à cabeça" quando se falham golos de baliza aberta, exulto com as vitórias conseguidas, fico "doido" com as derrotas e, sempre que me é permitido, desloco-me aos estádios para ver os jogos, de cachecol e camisola vestidos.
Recordo com particular nostalgia o Euro 2000 (que tive oportunidade de assistir "ao vivo e a cores" no "país laranja", na vitória contra a Roménia, e onde também esteve o meu amigo Ademir que, ao contrário do que aconteceu comigo, que só lá estive nesse fim de semana, ficou por lá a semana inteira; enfim, carteiras.....) e, acima de tudo, o Euro 2004 que a todos nos empolgou e onde também tive o previlégio de assistir, nos estádios, a diversos jogos, neles incluido o da 1/2 final, contra a Holanda.
Estes eventos ficam-nos na memória, do mesmo modo que ainda hoje recordámos, com enorme saudade, os tempos do VITÓRIA de Marinho Peres e Paulo Autuori. Quem não se lembra dos jogos contra o Atl. Madrid, Sparta Praha, Groningen, nas Antas contra o Fcp, no enorme "comboio branco" que constituiu a deslocação à Luz e até mesmo a vitória sobre o Sporting, em Guimarães, por 3-1, numa soberba exibição do Ademir Alcântara.
Voltando à entrevista e as coisas interessantes que por lá se disseram...
Disse o Presidente da FPF que os contratos publicitários multiplicaram por 30 (sim, é mesmo TRINTA vezes!!!!!) desde o Euro 96 até ao recente Mundial da Alemanha. E, acrescenta que, na negociação do novo contrato, que está em cima da mesa e que se prolongará até ao Euro 2008, quer assinar o melhor contrato de sempre. Elucidativo!
Referindo-se à contabilidade, diz, a dado passo, que no ano que chegou à FPF (há mais de 10 anos) as contas apresentavam um resultado negativo de 360 mil contos e este ano vão apresentar um lucro de alguns milhões de euros.
Diz também que a FPF tem contas de depósitos a prazo que totalizam um montante da ordem dos 7 milhões de euros.
Foi construida a nova sede da FPF, que já se encontra paga, e que custou 11 milhões de euros. A antiga sede, situada na Praça da Alegria, que vai ser vendida, foi avaliada em 5 milhões de euros. Como curiosidade, faço aqui um parenteses, para dizer que a FPF, tal como o VITÓRIA, também foi alvo de uma execução fiscal, por uma dívida de 3,9 milhões de euros. A FPF, porque não concorda com a execução, decidiu opor-se à mesma e, para não deixar avançar o processo, entendeu, tal como o VITÓRIA, dar como garantia a penhora da antiga sede. Pelos vistos lá como cá, ambos os departamentos jurídicos entederam que era preferível a penhora do que a garantia bancária. Nestas coisas, como em quase tudo, é melhor "cada macaco no seu galho".
Refere da importância de Scolari para a Selecção (pelos vistos este novo contrato foi valorizado em mais 25% em relação ao anterior); que os jogadores receberiam, cada um, 300 mil euros, pela vitória no Mundial; que os clubes que cedem jogadores às Selecções Nacionais vão começar a receber contrapartidas por esse facto, etc...
Uma entrevista que, sinceramente, recomedo a quem gosta de futebol, nas suas diversas envolvências.
Agora o paralelo com o VITÓRIA.
1. Sem uma aposta forte no aspecto desportivo, nunca será possível o clube atingir a dimensão que aparenta possuir.
2. Sem uma grande equipa de futebol, NUNCA vai ser possível conseguir o saneamento finaceiro do clube.
3. Sem uma equipa forte não é possível fazer bons contratos publicitários e obter grandes receitas com o marchandising.
4. Sem uma grande equipa, que dispute o principal campeonato e as competições europeias, não é possível aumentar o número de sócios e trazer mais gente ao estádio.
5. Finalmente, sem um grande equipa, a prazo o clube tem tendência a desaparecer.
É sobre tudo isto que é necessário reflectir, de forma séria, para redimensionar o clube e catapultá-lo para os lugares que merece e aparentemente parece ter potencial para atingir.
Como alguém disse: "é só saber copiar o que está (bem) feito"!
Haja inteligência para tal, por parte de quem está mandatado para gerir o clube, são os meus votos.
Como o Natal está á porta, pode ser que o Pai Natal nos coloque essa prenda no sapatinho.
Saudações Vitorianas.
3 Comentários:
Às 06 dezembro, 2006 12:04 , Pedro Mendes disse...
Estou sinceramente de acordo com quase tudo o que foi aqui escrito. Para além de ser tb um fã incondicional da nossa selecção, acho que o modelo em si, depois de estruturado e pensado tendo em conta as devidas diferenças, é um modelo a seguir.
Agora quanto aos "macacos"...
Porque também terá sido pra mim a boca, deixa-me dizer que mesmo sem os teus e os do advogado do Vitória ou da selecção doutos conhecimentos juridicos, continuo a ter a mesma opinião!
Por aqui se trata de uma questão de formação e educação pessoal!
Eu fui ensinado assim, que se deve andar na rua de cabecinha levantada, sem que ninguem me possa apontar o dedo, com dignidade e com honra. Cada um é como é. Feitios e educações...
Às 07 dezembro, 2006 11:53 , Jeremias disse...
Caro Cascavel
Um comentario em duas partes:
Começando pelo fim,para lhe dizer que acho feliz o paralelismo que traça entre F.P.F e Vitória.
De facto,só através de uma grande equipa é possivel viabilizar financeiramente todo um projecto.
Porque uma grande equipa dá espectaculo,o espectaculo atrai espectadores e patrocinadores e tudo isso dá receitas.
Quanto á dupla Madail/Scolari não partilho totalmente do seu entusiasmo.
Sendo indiscutivel a boa gestão financeira de Madail,não consigo esquecer a responsabilidade no "Saltillo século XXI" que foi o Mundial Coreia/Japão.
Claramente entendo que fugiu ás suas responsabilidades.
Quanto a Scolari,e pese embora os bons resultados da selecção obtidos com o melhor conjunto de jogadores da nossa história(convém não esquecer),penso que poderia ter feito melhor.
Deve ser o unico treinador do mundo que no mesmo ano jogou três vezes com a Grécia, em casa (Aveiro,Dragão,Luz), e nao conseguiu ganhar uma que fosse.
Por outro lado nunca entenderei o afastamento de Vitor Baia nem o ostracismo a que é votado o Pedro Mendes,entre outras decisões anedóticas do cavalheiro.
Finalmente espero que a dupla Madail/Scolari não leve avante a "atrocidade" de começar a levar brasileiros a esmo a selecção.
Mesmo o Deco,jogador de categoria mundial,custa ver na nossa selecção que fará se por lá começarem a aperecer o Pepe,o Liedson,o Paulo Assunção,o Alcides,etc.
Gosto muito da nossa selecção e procuro assistir nos estádios á maior parte dos seus jogos,mas se caminharmos para ser um misto luso brasileiro perderei eu,e se calhar muitos como eu,a paixão que temos por ela.
E algo me diz que é por aí que eles,Madail/Scolari,querem ir.
Oxalá esteja enganado.
Às 07 dezembro, 2006 23:26 , Dane disse...
O Cascavel bateu com a cabeça!
Quando ouvi "uns" comentários acerca deste post não entendi mas agora que leio também eu fico com a sensação que o homem percebe de tudo. Contabilidade, marketing, gestão de clubes de futebol, passando ainda pela zoologia e psicologia são disciplinas nada estranhas a este poço de virtudes.
Que pode uma pessoa fazer se não sente o mesmo nervosismo ao ver um jogo da selecção que um jogo do Vitória? Olha, eu por acaso até sou assim e irei repetir as vezes que for necessário que trocava de bom grado um título mundial da selecção por um título nacional para o Vitória.
E não, não me sinto mais vitoriano que qualquer um de vós.
GUIMARÃES ALLEZ!!!
GUIMARÃES ALLEZ!!!
p.s. - "roi-o"???????
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