D. Afonso Henriques

A eliminação do VITÓRIA na Taça de Portugal, numa fase tão prematura da prova e fundamentalmente pela forma como se consumou, não é admissível.
Não está aqui em causa se o VITÓRIA era ou não, este ano, candidato a vencer a prova. Pessoalmente penso até que, para que tal acontecesse, eram necessários não um mas uma boa mão cheia de "milagres".
Até dou de barato que o objectivo principal para a época não seria esse, como, de resto, nunca o será em si mesmo, mas, mesmo assim, a forma como se consumou a eliminação não é aceitável.
Na minha opinião é inadmissível a equipa que foi apresentada no começo do jogo do passado sábado.
Todos percebemos - inclusivamente o próprio treinador, quando já assumiu publicamente que vai ser necessário recorrer ao mercado de Inverno para reforçar a equipa - que o plantel desta época não é nada de especial. Por isso, eu não percebi a necessidade de apresentar uma "nova equipa" (ao que parece, apenas dois jogadores que vêm sendo titulares, é que alinharam de inicio) mais a mais, quando o jogo seguinte está apenas marcado para daí a 8 dias e, por isso, não era necessário qualquer "gestão do esforço" pela proximidade entre os dois jogos.
Até a eventual questão dos "amarelos", tão aproveitada nestes jogos da taça pelos treinadores, não era aplicável à situação em concreto dado que, ao que julgo saber, os jogadores da equipa não estavam "à bica" sobre esse aspecto.
Entendia-se e aceitava-se que fosse dada uma oportunidade a um ou outro jogador, nomeadamente aqueles que têm sido utilizados menos vezes, e sempre no pressuposto de verificar, em competição, se as alternativas existentes no plantel para os lugares que vêm sendo pior preenchidos eram ou não válidas (estou a lembrar-me, por exemplo, dos laterais).
Ora, nada disto foi feito, bem pelo contrário..... Por isso a pergunta impõem-se: porquê uma alteração tão substancial da equipa de um jogo (o do Feirense) para este? Eu, sinceramente, não entendi!!!!!
É que, nestes jogos das eliminatórias iniciais da competição, quando se encontram equipas com potencialidades tão opostas, para as teoricamente mais fortes há muito pouco a ganhar (a vitória é, como soi dizer-se, uma obrigação) e muitíssimo a perder (com uma derrota "caí o carmo e a trindade", bem como a confiança da equipa e dos adeptos). Foi sempre assim e assim vai continuar a ser. Gente que está no futebol à tantos anos já devia ter percebido isto!
Depois, nesta época, por força das circunstãncias que são de todos conhecidas, a equipa não tem margem de manobra. Por isso convém, até para defesa da mesma, que "não se ponha a jeito". Fruto da equipa apresentada, no passado sábado, apetece-me dizer que o treinador "colocou-se a jeito".
Finalmente existem, na minha opinião, mais duas situações que urge mencionar: o prestígio do clube e a vertente finaceira.
Naturalmente que para o prestigio do clube, esta eliminação precoce e contra uma equipa sem expressão, constitui (mais) uma machadada; como também o é sobre o aspecto finaceiro: parece-me que era sempre possivel, numa fase mais adiantada da competição, ter como adversários equipas mais fortes, o que naturalmente geraria para o VITÓRIA receitas significativas, de que o clube tanto necessita.
É equacionado todas estas situações que as pessoas responsáveis se devem debruçar para que depois "não caí o carmo e a trindade" como, infelizmente e mais uma vez, aconteceu ao VITÓRIA.
Saudações Vitorianas.
P.S. Entretanto a equipa de voleibol continua, à imagem dos últimos anos, a elevar bem alto o nome do VITÓRIA. Um dia destes, por ser da mais elementar justiça, volto ao assunto, com o devido destaque!