Olha que dois...
No JN de ontem, dia 18.05.2006:
«Pimenta confessa ter inventado comissão pela venda de Meira
Vale aponta contradições à acusação
Pimenta Machado assume ter apresentado ao Guimarães documentos "desconformes com a verdade"
Nuno Miguel Maia
António Pimenta Machado, ex-presidente do Vitória de Guimarães, assume que enganou a contabilidade do clube a propósito da cobrança de uma comissão de 90 mil contos (450 mil euros) aquando da transferência do futebolista Fernando Meira para o Benfica, em 2000. O antigo dirigente reconhece que, ao contrário do que faziam crer as facturas por si apresentadas referentes a uma empresa de um paraíso fiscal, o negócio efectuou-se sem qualquer intermediário. Justificou, porém, estes factos com a preocupação em cobrar uma verba que ele próprio emprestara anteriormente ao clube, aquando da aquisição de três jogadores brasileiros.
Pimenta apresentou esta justificação ao tribunal de Guimarães na contestação prévia ao julgamento - que, tal como ontem o JN noticiou, foi adiado por período indeterminado - subscrita pelo seu advogado, José António Barreiros.
Acusado de quatro crimes de peculato e dois de falsificação de documentos, o ex-presidente do Vitória admite ser proprietário da "off-shore" Sportmedia, sedeada na ilha de Niue, no Pacífico, e que as facturas apresentadas à contabilidade, assinadas por um indivíduo chamado Marcelo Santos - que terá recebido 20 mil dólares para ocultar o verdadeiro beneficiário das verbas -, são "desconformes com a realidade".
O advogado argumenta que Pimenta Machado, ao cobrar, de forma oculta, 450 mil euros pela transferência de Fernando Meira, só quis arranjar forma de pagar um empréstimo que contraiu, pessoalmente, junto do Banco Espírito Santo da Suíça, no valor de 514 mil euros para adquirir os brasileiros Preto, Evando e Ruben. Daí negar que se tenha apropriado do dinheiro.
Prejuízo de 12 mil euros
O ex-dirigente - autor da célebre frase "no futebol português, o que hoje é verdade, amanhã é mentira" - nega também a intenção de fazer seus os passes dos três jogadores, argumentando, até, que, apesar de não terem sido dados como integrantes do património do clube, era com o Guimarães que tinham contrato.
"Tendo omitido a contabilização do crédito que tinha sobre o clube ao ter pago a aquisição dos jogadores, o arguido viu-se na contingência de ocultar o reembolso que lhe era devido", explica José António Barreiros, referindo-se aos 450 mil euros da comissão "inventada".
Mais o defensor de Pimenta alega ainda que, com esta estratégia, o ex-dirigente ainda ficou a perder "12.580 euros". "Fosse intenção do arguido apropriar-se dos valores do clube e bastava, recebida a 'comissão', apresentar a pagamento as verbas pelas quais tinham sido adquiridos os jogadores e que tinha pago", argumenta Barreiros.
Vale e Azevedo, o outro arguido no processo, também já contestou a acusação do MP e, tal como Pimenta Machado, mostrou-se contra a realização em Guimarães do julgamento, que deveria hoje iniciar-se. O caso foi adiado indefinidamente devido à discussão da competência territorial do tribunal e a uma diligência pendente na inquirição, através de uma carta rogatória, de um presidente de um clube de futebol brasileiro. Implicado em dois crimes de falsificação de documento, o ex-presidente do Benfica aponta contradições na acusação. Por um lado, alega ter-se tratado de um lapso da notária a menção, na escritura pública de constituição da empresa HST, de uma guia de depósito de cem mil contos no Barclay's Bank que não existia - já que tinha sido feito num outro banco no Luxemburgo. Por outro lado, Vale e Azevedo, através do advogado Pedro Alhinho, argumenta que a exibição a Pimenta Machado, de um aval bancário no valor de 40 milhões de euros, alegadamente inexistente, sobre aquela empresa - para servir de suporte à transferência de Fernando Meira para o Benfica - acabou por não ter qualquer utilização no negócio e que, mesmo assim, face à declaração constante na escritura, não precisaria de forjar uma declaração bancária.»
«Pimenta confessa ter inventado comissão pela venda de Meira
Vale aponta contradições à acusação
Pimenta Machado assume ter apresentado ao Guimarães documentos "desconformes com a verdade"
Nuno Miguel Maia
António Pimenta Machado, ex-presidente do Vitória de Guimarães, assume que enganou a contabilidade do clube a propósito da cobrança de uma comissão de 90 mil contos (450 mil euros) aquando da transferência do futebolista Fernando Meira para o Benfica, em 2000. O antigo dirigente reconhece que, ao contrário do que faziam crer as facturas por si apresentadas referentes a uma empresa de um paraíso fiscal, o negócio efectuou-se sem qualquer intermediário. Justificou, porém, estes factos com a preocupação em cobrar uma verba que ele próprio emprestara anteriormente ao clube, aquando da aquisição de três jogadores brasileiros.
Pimenta apresentou esta justificação ao tribunal de Guimarães na contestação prévia ao julgamento - que, tal como ontem o JN noticiou, foi adiado por período indeterminado - subscrita pelo seu advogado, José António Barreiros.
Acusado de quatro crimes de peculato e dois de falsificação de documentos, o ex-presidente do Vitória admite ser proprietário da "off-shore" Sportmedia, sedeada na ilha de Niue, no Pacífico, e que as facturas apresentadas à contabilidade, assinadas por um indivíduo chamado Marcelo Santos - que terá recebido 20 mil dólares para ocultar o verdadeiro beneficiário das verbas -, são "desconformes com a realidade".
O advogado argumenta que Pimenta Machado, ao cobrar, de forma oculta, 450 mil euros pela transferência de Fernando Meira, só quis arranjar forma de pagar um empréstimo que contraiu, pessoalmente, junto do Banco Espírito Santo da Suíça, no valor de 514 mil euros para adquirir os brasileiros Preto, Evando e Ruben. Daí negar que se tenha apropriado do dinheiro.
Prejuízo de 12 mil euros
O ex-dirigente - autor da célebre frase "no futebol português, o que hoje é verdade, amanhã é mentira" - nega também a intenção de fazer seus os passes dos três jogadores, argumentando, até, que, apesar de não terem sido dados como integrantes do património do clube, era com o Guimarães que tinham contrato.
"Tendo omitido a contabilização do crédito que tinha sobre o clube ao ter pago a aquisição dos jogadores, o arguido viu-se na contingência de ocultar o reembolso que lhe era devido", explica José António Barreiros, referindo-se aos 450 mil euros da comissão "inventada".
Mais o defensor de Pimenta alega ainda que, com esta estratégia, o ex-dirigente ainda ficou a perder "12.580 euros". "Fosse intenção do arguido apropriar-se dos valores do clube e bastava, recebida a 'comissão', apresentar a pagamento as verbas pelas quais tinham sido adquiridos os jogadores e que tinha pago", argumenta Barreiros.
Vale e Azevedo, o outro arguido no processo, também já contestou a acusação do MP e, tal como Pimenta Machado, mostrou-se contra a realização em Guimarães do julgamento, que deveria hoje iniciar-se. O caso foi adiado indefinidamente devido à discussão da competência territorial do tribunal e a uma diligência pendente na inquirição, através de uma carta rogatória, de um presidente de um clube de futebol brasileiro. Implicado em dois crimes de falsificação de documento, o ex-presidente do Benfica aponta contradições na acusação. Por um lado, alega ter-se tratado de um lapso da notária a menção, na escritura pública de constituição da empresa HST, de uma guia de depósito de cem mil contos no Barclay's Bank que não existia - já que tinha sido feito num outro banco no Luxemburgo. Por outro lado, Vale e Azevedo, através do advogado Pedro Alhinho, argumenta que a exibição a Pimenta Machado, de um aval bancário no valor de 40 milhões de euros, alegadamente inexistente, sobre aquela empresa - para servir de suporte à transferência de Fernando Meira para o Benfica - acabou por não ter qualquer utilização no negócio e que, mesmo assim, face à declaração constante na escritura, não precisaria de forjar uma declaração bancária.»
2 Comentários:
Às 20 maio, 2006 00:22 , ADEMIR ALCANTARA disse...
Só para que conste, estou no estrangeiro e continuo atento ao noSso blogue.
Duas perguntas apenas: há alguma novidade nesse artigo? Algo que não se sabia já?
E já agora outra:
A quem aproveita estar sempre falar de um passado vergonhoso?
Só mesmo os crentes é que podem pensar que a anterior gestão era transparente, mas isso não iliba em nada esta miséria que me escuso sequer a continuar a comentar por agora.
Esperarei, e como eu muitos pelo resultado da AG, o qual vai ditar o futuro imediato do nosso clube.
Abraços de longe e
VIVA O VITÓRIA!!!
Às 22 maio, 2006 10:33 , JC disse...
Só postei isto porque, para mim, constitui novidade. O Pimenta a dizer que fez isto que diz, para mim é novidade. Achei curioso e, como não havia nada de especial para relatar, foi isto. Bem sabes que não costumo falar destas coisas.
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