Porque é mesmo tempo de falar no futuro, mas a sério
Antes de mais, assumo que já estive para escrever um post a fazer aquilo a que poderá chamar um balanço, ou quiçá um epílogo. Não me vou pôr com tretas de que não escrevi porque neste momento devemos estar caladinhos e bater palminhas como os adeptos do Wisla. Não o fiz porque não tive tempo. Ponto final. Se tivesse tido tempo já o teria feito antes. Não me tenho como forte e/ou importante o suficiente para que um conjunto de frases por mim escrevinhadas possam funcionar como algo perturbador. Nem algo que desestabilize as amélias que jogam de Afonso ao peito este ano. Nem acho que a direcção, por mais fraca que seja, o seja a ponto de abalar por aquilo que um sócio escreva na Internet. Todas as tentativas de silenciar opiniões ou de definir timings aceitáveis para as mesmas serem emitidas soam a um carneirismo corporativista de quem tem amigos na direcção e quer proteger as suas burrices a todo o custo.
Por isso posso dizer alto e bom som que escrevo este post ainda meio a modos que chocado e até preocupado com a nova “inteligentzia” vitoriana. Com as tentativas de desculpar, como que antecipando a contestação que aí vem, as asneiradas indesculpáveis dos amigalhaços. Isso é recorrente em oligarquias. As amizades/ famílias do poder vigente defendem-se. Defendem-se como podem. Nem que seja a atirar areia para os olhos. Mas eu tenho uns óculos anti-areia. E não desatem já a chamar-me pimentista só porque não sou magalhanista. Nem tudo é preto ou branco. Neste caso serei cinzento. Mas se me quiserem chamar alguma coisa acabada em ista chamem-me tudo menos situacionista.
E porque achei que o texto do Edmur, no qual baseei este título é de tal maneira grosseiramente enganador, falacioso e tendencioso, tive de fazer uma coisa que não costumo. Não costumo dar-me a esse trabalho, mas desta vez creio que ser necessária uma contestação ponto a ponto, para que possam depois ajudar-me a perceber se será só distracção ou se é mesmo clínico o meu caso… porque as coisas de que o Edmur fala não se passam de certeza no MEU Vitória.
Então acha o caro consócio que se Deve debater os seus problemas frontalmente. Acho que ninguém no seu perfeito juízo contrariaria essa frase feita. É tão “La Palisse” que até dói. (…) e para mim o sítio certo é (…) as assembleias gerais. Segundo essa lógica, este blog teria razão de ser? E entre Assembleias Gerais devemos nós apontar num caderninho todas as questões que queremos colocar à Direcção e depois nos 30 minutos destinados à “vida do clube” subir ao púlpito, coloca-las e esperar resposta cabal? E se, agora como dantes, os carneiros se lembrarem de ulular e tornar inaudível uma intervenção que até poderia revestir-se de importância vital para o clube? Será que a discussão em torno do Vitória se poderá resumir a uns minutinhos quando o rei faz anos?
Porque é tempo de falar do futuro… Mas é tempo de falar no futuro aqui no blog? Não entrará em contradição com o pressuposto de falar só nas AG’s?
Todo o parágrafo que se segue é de tal modo inqualificável tão ao jeito do calimerismo que até mete pena. Então uma direcção forte que é eleita com 85% dos votos não consegue trabalhar com calma porque o Pedro Miguel Carvalho escreve umas cartas abertas??? Que raio de direcção esta que não pode com uma gata pelo rabo. De movimentações sem nome ou com nome camuflado, estaremos a falar de blogs e fóruns? Ou de conversas em cervejarias? Então como se poderão distinguir os blogs aceitáveis dos manipuladores? Serão aceitáveis consoante a percentagem de participantes yes men? Então ficaremos com conversas de café, textos na net e cartas de presidentes concelhios de partidos sem representação na vereação. E esses três ultra perigosos e todo-poderosos meios de subversão e agit prop são suficientes para não deixar trabalhar o dream team? Coitadinhos deles que nunca tiveram um minutinho de sosego. Ridículo! Pura e simplesmente!
Quanto ao Cirilo, creio não ser sequer intelectualmente correcto aventar a hipótese sequer de ele considerar pré-candidatar-se a pré-candidato a candidato, logo nem comento. Mas também não acho que seja motivo para estar preocupado. Se bem que num ponto é capaz de ter razão. A rádio onde agora o tal Cirilo participa foi a mesma que fez este presidente, por isso talvez seja mesmo motivo para preocupação. Mas também lá está o Portilha e o moderador para representar a direcção. A sua preocupação mantém-se? Ou aumentou?
Já quando fala de lacaios do Pimenta, de quem fala? De um Arantes, de um Cruz Fernandes, de um Jorge Fernandes, de um Aníbal Rocha (sei bem que este já por lá não anda), de um José Luís Machado, de um Pedro Neves? Só para referir alguns ao nível da cúpula, não indo sequer aos restantes órgãos sociais onde também os haverá… Para os mais desatentos, todos os supracitados são da actual direcção do Vitória e todos eles, à excepção do Arantes, estiveram com o Pimenta Machado até ao fim. Isso faz deles lacaios? Ou só são lacaios se tiverem estado com o Pimenta e apoiado o Almeida? Haja coerência. Quando fala em cortar com o passado tenha atenção que cortaria uma grande parte da actual direcção. Possivelmente a única que até contribuiu para de facto para a Direcção, porque dos novos, o Emílio Silva, o Miguel Cardoso II já nem lá estão. Há muito.
Devo-lhe dizer que fico chocado com a hipótese que levanta. Fico chocado porque alguém que concebe sequer que um vitoriano possa “torcer” pelo boavista, só pensa isso certamente porque já lhe passou pela cabeça fazer semelhante coisa em noutras alturas… quiçá em alturas de um passado recente. Ou isso ou rasgar cartões, ou só ser sócio dependendo da direcção. E dos amigos que nela estejam.
Levantar essa suspeição é por si só um acto muito mais grave que requerer uma AG ou escrever uma carta aberta. Disso sim devia envergonhar-se. Isso sim é anti-democrático. Isso sim é uma tentativa de manipulação. Felizmente peca por insipiência e incoerência. De tão escabrosamente defender uma ridícula teoria da conspiração o seu texto fica reduzido a um mero somatório de palavras numa tentativa desesperada de defender o indefensável, começando a atacar os fantasmas, just in case… É que parece mesmo que vai ter de haver uma nova peregrinação a Moreira. Mas de devolução!
13 Comentários:
Às 26 abril, 2006 11:58 , ADEMIR ALCANTARA disse...
Caro Vitor Paneira,
Para se dizer algo nunca há um tempo certo, há apenas o nosso sentir dos acontecimentos. Subscrevo o que descreves e já aqui o tenho dito de uma ou outra forma.
Tenho apenas de acrescentar algo e que não aprofundo por agora, que é de facto ajudar perspectivar o futuro, o que se me afigura ainda dificil nas actuais circunstancias, mas é premente ser feito.
Parece-me sobremaneira importante que as reacções ao falhanço não se façam de forma particular, pessoal, e muito menos que mais uma vez os nossos adeptos sejam vistos como uma cambada de desordeiros na hora de pedir responsabilidades a quem de facto as tem.
Há sobretudo que apelar à serenidade e à calma porque sem esse tipo de ambiente não é possivel de forma alguma perpectivar uma boa solução para o futuro do nosso Vitória
Voltarei ao assunto, um abraço e
VIVA O VITÓRIA!!!
Às 26 abril, 2006 17:03 , CASCAVEL disse...
"É tempo de falar... A SÉRIO"?
Mas A SÉRIO, caso ainda não tenha reparado meu caro V. PANEIRA, andámos nós (penso que sobre este aspecto poderei falar no plural) aqui a "postar" no blog, desde o tempo em que ele foi criado, vai para 2 anos!!!!!
Quanto ao resto... as opiniões, como sempre aconteceu, são completamente livres e independentes.
Já a oportunidade das mesmas, como também sempre ocorreu, é da exclusiva responsabilidade de quem lhes empresta a "voz". Por isso, na linha do que já antes aqui escrevi, o momento, este momento, na minha opinião, não é o próprio para o teor do comentário.
Parafraseando o ADEMIR ALCÃNTARA, voltarei ao assunto, quando entender oportuno.
Saudações Vitorianas.
Às 26 abril, 2006 21:25 , Vitor Paneira disse...
"É tempo de falar... A SÉRIO"?
Mas A SÉRIO, caso ainda não tenha reparado meu caro V. PANEIRA, andámos nós (penso que sobre este aspecto poderei falar no plural) aqui a "postar" no blog, desde o tempo em que ele foi criado, vai para 2 anos!!!!!
- Então não tem que levar a mal que também eu queria falar a sério. Não quero destoar.
Quanto ao resto... as opiniões, como sempre aconteceu, são completamente livres e independentes.
Longe de mim pensar o contrário.
Já a oportunidade das mesmas, como também sempre ocorreu, é da exclusiva responsabilidade de quem lhes empresta a "voz". Por isso, na linha do que já antes aqui escrevi, o momento, este momento, na minha opinião, não é o próprio para o teor do comentário.
O que acontece e como deve ter dado para ver o meu post surge como resposta ao do Edmur. E quanto ao conteúdo desse? Achou próprio? Acha que é a altura para a caça às bruxas?
Parafraseando o ADEMIR ALCÃNTARA, voltarei ao assunto, quando entender oportuno.
Saudações Vitorianas.
Um grande abraço,
Às 27 abril, 2006 11:04 , JC disse...
A questão aqui é só uma, pá:
onde outros opinam, tu afirmas que há coisas se passam ou não efectivamente, certamente porque és um ser iluminado e deténs toda a verdade, como é óbvio, daí caracterizares como "carneirismo" e "corporativismo" as opiniões dos outros, percebes?
Tu é que te crês a sede da "inteligentzia", o dono da verdade, o génio clarividente. Tu afirmas onde os outros expressam opiniões. Tu não concebes que haja quem entenda que os balanços se devem fazer no fim. Não sei se tens, além do mais, a memória curta (porque na altura não existia este espaço e não sei o que dizias), mas lembro-te que o que estamos a passar não é, infelizmente, novidade. Tu achas que a opinião dos outros é seguidismo e arvoras-te em independente todo sapiente e isento. Tu tens um óculos anti-areia, eu poderia dizer-te (dentro do estilo "alegoria do deserto"), se insultasse os outros com a mesma facilidade com que o fazes, que tenho uns óculos anti-camelos, mas não o vou fazer porque essas atitudes ficam com quem as toma.
Digo-te apenas uma coisa, na altura que eu, sem carneirismo, mas eu pela minha própria cabeça, entender que o devo fazer, vou dizer exactamente o que penso de tudo isto e talvez venhas a ficar surpreendido. Sucede apenas que eu entendo, exactamente com a mesma liberdade de que gozas para pensar o contrário, que não é ainda o momento certo.
Percebe uma coisa: a mim não me aborrece nada o conteúdo das tuas opiniões ou das do Pedro Barbosa (o nosso) ou do Pedro Miguel Carvalho, mas irrita-me solenemente a forma. O insulto, o falar "de cima da burra", as imputações de reserva mental. Digam lá o que entenderem, mas entrar sempre no insulto a quem pensa diferente.
Eu tenho muitos amigos nesta direcção, mas também os tinha (nem sei se em maior número) nas anteriores, mas não falo agora apenas porque entendo que essa é a melhor forma de defender o VITÓRIA e não os amigos. Julgo que é isso que queremos todos e tenho a certeza que ninguém aqui ou nos cargos da direcção, faz mais do o melhor que pode e sabe na defesa dos interesses do clube. Também tenho a certeza que nem sempre foi assim. E volto a repetir: em casa em que não há pão, todos berram e nenhum tem razão. Só por isso prefiro falar depois.
Por mim, vou manter a calma (uma calma envolta em tristeza profunda, é certo) e a esperança até ao fim.
Às 27 abril, 2006 12:37 , Vitor Paneira disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Às 27 abril, 2006 12:40 , Vitor Paneira disse...
A questão aqui é só uma, pá:
onde outros opinam, tu afirmas que há coisas se passam ou não efectivamente, certamente porque és um ser iluminado e deténs toda a verdade, como é óbvio, daí caracterizares como "carneirismo" e "corporativismo" as opiniões dos outros, percebes?
Aqui está uma resposta imbuída de espírito revolucionário. Até ao pá tenho direito. Falta o cravo. Porque tenho a certeza que não leu bem o texto, mas quando o puder fazer vai facilmente chegar à conclusão de que o objectivo não foi o do insulto fácil. Aliás o intuito dessas minhas palavras que cita e coloca entre aspas foi o de adjectivar toda e qualquer tentativa de silenciar opiniões ou de definir timings aceitáveis para a emissão das mesmas. Sentiu-se ofendido com esta adjectivação? Só quem tiver por fim o uso discricionário desses poderes e quiser de facto fazê-lo é que poderá enfiar a carapuça.
Tu é que te crês a sede da "inteligentzia", o dono da verdade, o génio clarividente. Tu afirmas onde os outros expressam opiniões. Tu não concebes que haja quem entenda que os balanços se devem fazer no fim. Não sei se tens, além do mais, a memória curta (porque na altura não existia este espaço e não sei o que dizias), mas lembro-te que o que estamos a passar não é, infelizmente, novidade. Tu achas que a opinião dos outros é seguidismo e arvoras-te em independente todo sapiente e isento. Tu tens um óculos anti-areia, eu poderia dizer-te (dentro do estilo "alegoria do deserto"), se insultasse os outros com a mesma facilidade com que o fazes, que tenho uns óculos anti-camelos, mas não o vou fazer porque essas atitudes ficam com quem as toma.
Como a tomou, mas sem o assumir, registo. De facto opino. Afirmativamente. E não fique com ideias erradas. Eu respeito que não queiram fazer agora um balanço. Não me ouviu, por certo, a criticar ninguém por não opinar, segundo os meus padrões, q.b. Sei bem que infelizmente esta situação não é virgem e sei também que não é o meu desabafo que vai influenciar positiva ou negativamente. Mal estava o meu clube.
Mas remetendo ainda às suas insinuações do primeiro parágrafo, digo-lhe que se alguém aqui começou a usar um estilo truculento e de insulto fácil foi o N’Dinga. E por aí, sei eu que não vou. Porque não quero perder a razão…
Digo-te apenas uma coisa, na altura que eu, sem carneirismo, mas eu pela minha própria cabeça, entender que o devo fazer, vou dizer exactamente o que penso de tudo isto e talvez venhas a ficar surpreendido. Sucede apenas que eu entendo, exactamente com a mesma liberdade de que gozas para pensar o contrário, que não é ainda o momento certo.
Afinal também aqui estamos de acordo. Também eu emiti uma opinião. Pela minha cabeça. Quando achei que o devia fazer. Como resposta a uma opinião com a qual não concordei.
Percebe uma coisa: a mim não me aborrece nada o conteúdo das tuas opiniões ou das do Pedro Barbosa (o nosso) ou do Pedro Miguel Carvalho, mas irrita-me solenemente a forma. O insulto, o falar "de cima da burra", as imputações de reserva mental. Digam lá o que entenderem, mas entrar sempre no insulto a quem pensa diferente.
Estamos a entrar novamente na questão do preto ou branco. O é que a minha opinião tem a ver com a do Pedro Barbosa ou a do Pedro Miguel Carvalho? Se não sigo, destoo? Onde é que insultei? Onde falei do alto da burra? Nunca mais do que neste seu comentário. Leia o que escreve e analise. Não atire pedras e nem cuspa para o ar.
Eu tenho muitos amigos nesta direcção, mas também os tinha (nem sei se em maior número) nas anteriores, mas não falo agora apenas porque entendo que essa é a melhor forma de defender o VITÓRIA e não os amigos. Julgo que é isso que queremos todos e tenho a certeza que ninguém aqui ou nos cargos da direcção, faz mais do o melhor que pode e sabe na defesa dos interesses do clube. Também tenho a certeza que nem sempre foi assim. E volto a repetir: em casa em que não há pão, todos berram e nenhum tem razão. Só por isso prefiro falar depois.
Por mim, vou manter a calma (uma calma envolta em tristeza profunda, é certo) e a esperança até ao fim.
Também eu tenho esperança. Também eu quero acreditar! Também eu! Por isso acho que se tivesse de voltar a escrever este post, fa-lo-ia. Porque é o que sinto. Porque eu só sei viver o VITÓRIA assim. Com paixão. Com amor. Sem limites!
Às 27 abril, 2006 14:24 , ADEMIR ALCANTARA disse...
Caros Amigos,
Antes de mais uma breve reflexão, pois infelizmente não tenho tido o tempo de que gostaria para responder como mereceria este tema.
Isto parece uma daqueles discussões em que uns são de esquerda e outros de direita, esquecendo o fundamental que é o objecto da discussão, o Vitória.
Isto sem grandes pretensões nem qualquer espirito de falar "de cima da burra".
Mas que se nota claramente uma tentativa alarmante de branquear as completas trapalhadas que esta Direcção protagonizou esta época, e como diz um amigo meu, ainda vamos ver aqui escrito que o lugar do Vitória é na Segunda Divisão e que esta Direcção só se limitou a fazer o melhor para o Clube! Ora tenham paciência!
Há opiniões e todos temos direito a tê-las (escusadissimo comentário), e a tê-las e torná-las publicas quando entendermos (escusadissmo comnetário), mas muito mais do que isso há factos e esses são indesmentiveis.
Volto a repetir e peço que me contradigam nisto: terá havido ou voltará a haver no Vitória Direcção com mais condições objectivamente falando para fazer um bom trabalho? Já o disse que acho que não.
Portanto quando, o Vitor Paneira, qua alias cumprimento pela forma como escreve, que é magnifica e pela clareza e elevação que os seus textos emprestam à contribuição neste blog, dá a sua opinião, parece-me esta bastante sustentada em factos, e, se querem saber, cada vez mais me sinto adepto da sua forma de pensar.
O resto, já se sabe que porventura não agradará a ninguém que os nossos amigos falhem e, para terminar, este tem sido um falhanço espectacular, to say the least.
Abraços e
VIVA O VITÓRIA!!!
Às 27 abril, 2006 16:17 , JC disse...
«Todas as tentativas de silenciar opiniões ou de definir timings aceitáveis para as mesmas serem emitidas soam a um carneirismo corporativista de quem tem amigos na direcção e quer proteger as suas burrices a todo o custo. Por isso posso dizer alto e bom som que escrevo este post ainda meio a modos que chocado e até preocupado com a nova “inteligentzia” vitoriana. Com as tentativas de desculpar, como que antecipando a contestação que aí vem, as asneiradas indesculpáveis dos amigalhaços. Isso é recorrente em oligarquias. As amizades/famílias do poder vigente defendem-se. Defendem-se como podem. Nem que seja a atirar areia para os olhos.»
Corrige-me se estiver errado, mas neste parágrafo e de uma assentada apenas, chamas (e não muito subtilmente) aos que neste espaço têm estado do lado da direcção: carneiros (o que implica não pensarem pela sua cabeça), cínicos (o atirar areia para os olhos), menos vitorianos do que tu (pois estão mais preocupados com os amigos que com o clube), tributários de formas de organização semi-dictatorial (as referências à oligarquia, defesa daquilo a que chamas "amigalhaços", com todas as conotações que a palavra assim usada carrega e bem conheces) e a uma "nova inteligentzia" (como se fossemos esbirros panfletários de um qualquer poder), falas em defesa das amizades/famílias do poder vigente (à guisa de mafiosos) e por aí fora.
Podes querer fazer-te passar por inocente quanto quiseres, mas os insultos e as acusações estão todos lá, não venhas agora "atirar areia para os olhos".
Tens razão quando dizes que insultei também, não o devia ter feito e garanto-te que após escrever (de rajada, como sempre) aquela frase, hesitei muito em publica-la, mas acabei por fazê-lo e assumo o que fiz. Talvez tenha ido mais longe na irritação que me causou o tom do teu post do que deveria.
Volto a repetir uma e outra vez: não é o facto de alguém entender que esta direcção só fez disparates que me aborrece, embora entenda que não encontrar nada bem feito é um exagero só possível a quem tem precisamente o olhar sobre a realidade toldado por um qualquer preconceito ou desconfiança, sobretudo depois do que se passou na época passada, em que fizemos o maior número de pontos desde 2000. A verdade é que o Vitória, neste espaço de 6 anos tem alternado as épocas boas com épocas aflitivas e é a terceira vez neste espaço de tempo, em que luta para não descer.
Às tantas temos todos de parar um pouco para repensar o Vitória, mas isso não se faz, porque é humanamente impossível, no espaço de dois ou três anos.
Mas não vou entrar mais nessa análise que, já prometi, farei num momento posterior.
Ficam as desculpas sinceras pelo excesso de linguagem (é óbvio que quem escreve como o fazes não é um camelo), mas espero que tenhas percebido onde estavam os insultos, porque estavam lá e ninguém aqui é inocente.
Enquanto há vida, há esperança!
Eu estou vivo!
Tu também!
É disto que se faz o NOSSO VITÓRIA! É desta paixão que nos leva a dizer mais do que queremos e não ser justos nem objectivos quanto deveríamos, mas o momento é de unir e não de dividir, que os despojos da iminente desgraça não aproveitam a ninguém. Nem aos nossos adversários. Quem tiver escutado as últimas bancadas centrais, na TSF, tem concerteza sentido que, salvo raras e inergúmenas excepções, os apoios e a solidariedade vêm de todos os quadrantes, mesmo dos mais insuspeitos.
Somos grandes e fazemos falta ao futebol nacional, é essa a nossa certeza!
Fica com um abraço, quem quer que sejas e os votos que a tormenta passe e a nau navegue para águas mais calmas e com bons ventos. Estou certo que temos todos um contributo importante a dar. Que quando for hora, saberenmos todos dizer presente.
Sei que estaremos cá todos para o que der e vier.
Viva o ENORME VITÓRIA!
Às 27 abril, 2006 17:20 , CASCAVEL disse...
Meu caro V. PANEIRA,
Ora vámos lá (continuar) a falar a sério.
Antes de mais deixe-me cumprimentá-lo pela forma brilhante como escreve. Lamento apenas o facto de não conseguir manter o nível. Espero que me perdoe por isso!
Sobre o teor do post (futuro do clube), como já antes referi, vou deixar para um momento posterior, aquele que considere mais oportuno (permita-me este pequeno egoísmo!).
Contudo, permita-me apenas, numa espécie de "pontapé de sáida" para o que aí vem (discussão sobre o futuro) lançar um desafio: espero e desejo que o futuro seja discutido na generalidade e não apenas numa espécie de "futebolização do VITÓRIA".
Vámos então aos pontos do seu post que considero ofensivos, porque não sendo dirigidos a "destinatário especificado", presumo que tenham "como alvo" quem já por cá anda há algum tempo.
Eu, por um lado, como deve saber, estou cá desde o início e, por outro lado, como partilho do ditado popular "quem não se sente não é filho de boa gente", vou responder, esperando, contudo, que a minha resposta não seja interpretada como qualquer espécie ressentimento contra aquilo que me foi dado a ler.
Vámos então aos factos:
1. "falar....a Sério!"
Já antes me insurgi contra o título. Fi-lo antes e faço-o agora porque considero ser, no mininmo, deselegante para quem já cá anda há muito tempo. Eu, como já o disse, falo (falámos todos, penso eu....) a sério desde o momento que aqui postei/comentei pela primeira vez!
Até parece, de acordo como o titulo é colocado, que andámos aqui dois anos a "brincar" ou a "falar da boca para fora"!
Sinceramente não é esse o meu sentimento e, ao que julgo saber, também não é esse o sentimento de quem por cá anda.
2. "Todas as tentativas de silenciar opiniões ou de definir timings aceitáveis para as mesmas serem emitidas soam a um carneirismo corporativista de quem tem amigos na direção e quem quer proteger as suas burrrices a todo o custo".
Quero dizer-lhe que na direcção actual, ao contrário de outras anteriores, NÃO TENHO amigos, conhecidos, familiares (parentes ou afins), colegas de trabalho, subordinados, ou lá que lhe quiser chamar, como também nunca falei com NENHUM director do VITÓRIA.
Por isso, como deve compreender, não estou cá ao "serviço de ninguém", estou apenas e só a emitir a minha humilde opinião de sócio com muitos anos de filiação e amor clubístico.
Dou a minha opinião de adepto do futebol, voleibol, basquetebol, que assiste a "jogos em casa, fora e pelo caminho".
A opinião de quem está presente nas AGs, de ser antigo praticante do clube, de falar do VITÓRIA com amigos, colegas de trabalho, gente de outros clubes, no café, no trabalho, em férias..... SEMPRE!
Se quizer, a minha opinião é apenas condicionada pela minha consciência.
Por outro lado, deixe que lhe diga que quem me conhece (não sei se é o seu caso?) sabe que nisto dos futebóis, como na vida, sou, sempre fui, contra qualquer espécie de "silenciar" o que quer qe seja!
Bati-me sempre ferozmente contra essa situação, designadamente no tempo daquilo que venho auto-designando aqui no blog como o "tempo da outra Senhora".
Não ia ser agora depois de tantos anos de luta que ia mudar de opinião.
3."As tentativas de desculpas, como que antecipando a constatação que aí vem, as asneiradas indesculpáveis dos amigalhaços"
A resposta anterior penso ser suficiente, no entanto, se me permite, queria apenas dizer-lhe mais o seguinte: entendo, agora como antes, que quem está à frente dos os destinos do VITÓRIA o faz no pressuposto que está a "dar o melhor de si".
Claro que podemos concordar ou discordar dos métodos e dos principios utilizados, mas da minha parte as pessoas que assumem os destinos do VITÓRIA serão sempre merecedores da minha gratidão, ainda que discorde dos métodos que utiliza(ram).
Foi assim no passado, é no presente e, penso, continuará a ser no futuro.
Permita-me só dizer-lhe, para finalizar, que a forma como escreve é sinal de quem gosta muito do VITÓRIA e vive intensamente os seus problemas. Nisso estámos na mesmo barco.
Um abraço!
Saudações Vitorianas.
Às 27 abril, 2006 17:30 , Tito71-78 disse...
A razão pela qual não tenho escrito nada no blogue deve-se ao facto da minha desilusão com a época miserável que o VSC realizou esta temporada e também ao facto de ter perdido completamente as esperanças da permanência do nosso clube entre os “grandes” do futebol nacional.
Não é resignação nem tão pouco conformismo com a situação que vivemos mas sim um estado de espírito que não me permitia ter vontade de falar de futebol…
A paixão pelo Vitória foi maior e a discussão em torno do futuro do clube, fazendo um balanço do presente recente, sobrepôs-se à minha desilusão e aqui estou de novo a comentar.
Quero antes de mais referir que, como habitualmente, estou de acordo com a opinião manifestada pelo Vítor Paneira.
O post do Edmur foi realmente escrito com intenções de desculpar o indesculpável e de tentar desresponsabilizar os únicos responsáveis pelo presente desportivo do VSC.
Em Portugal temos o triste e mau costume de quando alguma tragédia acontece não ser culpa de ninguém, a culpa é sempre das conjunturas desfavoráveis que influenciaram negativamente a boa gestão dos líderes das organizações, que normalmente são pessoas integras, honestas, com bom íntimo, que tentaram dar o seu melhor e não tinham intenções de deixar a organização no estado em que deixaram.
Isso acontece com a desresponsabilização dos actos de gestão das nossas empresas públicas que acumulam prejuízos ano após anos, o que a mim me incomoda profundamente!!!
Mas a razão da existência deste blogue é o VSC por isso vou falar do Vitória: eu acredito que o presidente da direcção não tinha nenhumas intenções de deixar o clube na actual situação em que está, acredito que ele realizou todos os esforços para tentar mudar o rumo mas infelizmente não conseguiu. Não acredito que a má condução dos destinos do clube tenha sido premeditada. Mas meus amigos, a culpa não pode morrer outra vez solteira, e os únicos responsáveis pela crise em que o nosso clube está é a direcção do VSC (eleita com 85% dos votos mas sem legitimidade para serem incompetentes).
Não foram os elementos externos (criticas em forma de cartas abertas, artigos de opinião em blogues ou jornais, jantares da suposta oposição, arbitragens ou outras) os responsáveis pela má prestação do Vitória. A crítica, a oposição e a liberdade de opinião de uma qualquer pessoa deve ser respeitada em qualquer altura e as direcções têm de saber viver com isso tentando que elas não afectem o normal funcionamento do clube.
Eu, como sócio do VSC, responsabilizo a direcção na pessoa do seu Presidente, pela minha tristeza, pela minha revolta e pela minha descrença nas suas capacidades de gestão e liderança.
O barómetro de uma boa gestão são os resultados e esses estão à vista de todos (pelo menos os desportivos porque sobre os outros ainda não tenho dados para fazer uma avaliação).
Os timings certos para emitir opiniões, a passividade e o conformismo são, na minha humilde opinião, mais prejudiciais ao Vitória, do que a manifestação do descontentamento para que quem lidera e trabalha no clube sinta a nossa frustração e reagindo mude o nosso sentimento.
Eu acredito que todos estamos unidos pelo Vitória e todos queremos o bem do VSC. As direcções passam e o clube ficará para sempre. As críticas não dividem os Vitorianos na sua paixão pelo clube, apenas questionam determinadas actuações e politicas para atingir um rumo definido e que todos os Vitorianos querem: UM VITÓRIA MAIOR!!!
Saudações Vitorianas
Às 28 abril, 2006 16:25 , Vitor Paneira disse...
Caro N’Dinga.
Creio que terei mesmo de corrigi-lo. Não queria de modo algum insultar todos aqueles que neste espaço têm estado do lado da direcção. Não sei quem são. E não contem comigo para contagens de espingardas. Recuso-me a ser uma estatística. Não sou dos bons nem sou dos maus. Pegando nas suas interpretações das minhas palavras, só chamei aquelas coisas todas, àqueles que tentam silenciar opiniões ou definir timings alheios, assim como quem não quer a coisa, querendo ter um lápis azulado.
Não fui eu que tomei a parte pelo todo. Não tenho sequer conhecimento suficiente sobre os backgrounds dos companheiros de blog para conseguir ver quem, de entre eles, foi marcado com a Estrela de David. Quem foi tocado pelo demo.
Agora, de facto, assumo que as acusações estão lá. E continuarão a estar enquanto os pressupostos tendencialmente censórios que motivaram a minha resposta se mantiverem. Mas não “tomem as dores”, pelo menos não todos ao mesmo tempo. Assim até parece mesmo corporativo.
Registo com agrado que tem noção de quando se excede. Espero que se algum dia, do mesmo tenha noção, o mesmo consiga fazer caso me exceda também. Nesta troca de ideias apraz-me sobremaneira ver que tenho – neste assunto – um “worthy oponent”. Antes assim. Haja elevação. Enquanto assim for contem comigo. Gosto de discutir com cavalheiros. Não com vacalheiros.
Não creio ter havido parte alguma deste ou de outros posts em que eu reduza o trabalho desta direcção a uma súmula de asneiras. Nem quero ser redutor ao ponto de julgar o trabalho de uma direcção apenas pelos resultados do futebol, vulgo a lógica da bugalha. Mas permita-me no entanto que para bem da diversidade de opiniões neste blog é salutar – na minha mui humilde opinião – que haja alguém que diga que a direcção não faz só tudo bem.
Peço também desculpa por qualquer sensação que lhe tenha causado de que a minha intenção era tê-lo insultado. Não foi, de modo algum, minha intenção generalizar.
Deixo-lhe também um grande abraço.
Às 28 abril, 2006 16:26 , Vitor Paneira disse...
Caro goleador,
Muito obrigado pelos lisonjeiros cumprimentos à minha escrita.
Peço por favor que atente à parte do meu comentário anterior, em que assumo o desconhecimento das personalidades / opiniões dos companheiros de blog. Na sua falta, não poderia nunca pôr destinatário na carta, que não o escriba do post no qual me inspirei. Não se tenha por alvo. Quando for a si destinado, faço como agora estou a fazer. Escrevo sem me desviar do bull.
E não pense que foi destinado “a quem já cá anda há algum tempo”, assim por dá cá aquela palha. Tenho-me por bem formado. Respeito a “velhice”. E alguma dela não se sentiu ofendida.
Mas já que se sentiu…
1. Como fui eu o autor da frase, peço que não se sinta pouco sério. Pelo contrário. Nem pouco mais ou menos. E longe de mim querer desmerecer o blog que escolhi para desabafar. Não é o blog que é pouco sério. Nem o Cascavel. O que eu quis foi dotar de seriedade um post infeliz, a meu ver. O post do Edmur é que não foi sério, a meu ver, mais uma vez. Acho exagerado que pela escolha de um título leia nas supostas entrelinhas que eu, qual Octávio Machado, derrube “a casa” que arduamente foi sendo construída ao longo destes – cito – dois anos.
2. Registo com agrado que tenha aberto o seu coração e tenha confidenciado com tal transparência a inexistência de vínculos de amizade ou outros a esta direcção. Com agrado redobrado, pois vi “respondida” uma questão que não tinha colocado e nem sequer aventado tal hipótese. Nunca eu disse que tinha. Mas se sentiu necessidade de se justificar…
E se assim é, já temos muito em comum. Temos um “patrão” com o mesmo nome: consciência.
Outro ponto em comum.
3. E assim reagiremos e teremos de estar gratos a quem, abnegada e dedicadamente, serve o clube. Que dão o melhor de si, não há dúvidas. E quem dá o que tem, a mais não é obrigado. Temos é que esperar a mesma quantidade, mas de melhor qualidade. É que tem sido um pouco fraquinho.
Disso pode ter a certeza. Volta e meia lá temos de usar um cliché porque de facto reflecte o sentimento. E se a frase é feita, por alguma coisa é. Então aqui vai:
- Pode haver gente tão vitoriana quanto eu, mas mais não há!
Um grande abraço!
(p.s. já agora não pode fazer uma perninha e marcar um ou dois no Dragão?
Às 03 maio, 2006 19:06 , JC disse...
Ó meu caro... mais uma vez...
Peço desculpa, mas não posso deixar passar o vires agora dizer que - cito - "...vi “respondida” uma questão que não tinha colocado e nem sequer aventado tal hipótese. Nunca eu disse que tinha. Mas se sentiu necessidade de se justificar…"... Então o que dizer das expressões - volto a citar - "carneirismo corporativista de quem tem amigos na direcção e quer proteger as suas burrices a todo o custo" ou "tentativas de desculpar, como que antecipando a contestação que aí vem, as asneiradas indesculpáveis dos amigalhaços" e ainda "As amizades/ famílias do poder vigente defendem-se"?
Bolas... não bastará ter-se a pena fácil e a gramática em dia. É também necessária coerência.
Não escrevemos em inglês, lígua de parco vocabulário, onde é comum os significantes possuirem uma pleíade de significados. Ao invés, o português - que aparentas dominar - é muito rico, existindo frequentemente mais de uma palavra para designar cada conceito. Isto considerado, o meu amigo ou disse exactamente aquilo que todos percebemos (e parece óbvio, lidas as expressões acima transcritas) ou, afinal, só escreve bem de um ponto de vista formal, com evidentes dificuldades em encontrar as expressões certas para transmitir as ideias que realmente pretende. Em que ficamos?
É que quando me excedi, admiti-o. Sei precisamente o que quis dizer, mas sei também que foi um acto desproporcional (e por isso me penitenciei) ao teor, embora injusto e infamante - insisto - de parte do teu post. Ora, não espero menos dos demais: a assunção séria daquilo que pretenderam dizer. Em coerência e sem subterfúgios. Faz-nos a justiça de não nos tomar a todos por distraídos. O que disseste foi, mais ou menos, que o comportamento daqueles que entendem não ser este o momento para discutir estes temas e assim o expressam, te soa a carneirismo ou lealdade acéfala aos amigos que têm na actual direcção, tudo isto pontuado com tiques censórios e algum nepotismo à mistura. Se tivesses admitido que disseste isso (e, claro és livre de o fazer ou não), já este capítulo estava encerrado há muito.
De qualquer das formas, com sinceridade, fica mais um abraço.
Vamos ver o nosso voley, logo à noite?
Saudações vitorianas!
Enviar um comentário
Efectuar comentários é absolutamente livre, neste blogue. Não serão, no entanto, admitidos insultos aos seus membros ou ao Vitória Sport Clube.
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial