D. Afonso Henriques

Quero começar por endereçar os parabéns à nova direcção eleita e desejar o maior sucesso na difícil tarefa que têm pela frente. Todos desejamos que o Vitória tenha um lugar de destaque no panorama nacional e acima de tudo que seja capaz de crescer com sustentabilidade!

Endereço também o meu apreço a todos os candidatos às eleições pela coragem, Vitorianismo e disponibilidade. Não é fácil assumir o compromisso de trabalhar em prol do Vitória no pior período pelo qual o nosso clube alguma vez passou e ainda estarem disponíveis para serem achincalhados em praça pública. No nosso clube só são bons os que não se candidatam.

Terminado o processo eleitoral e sabendo que a direcção já empossada se candidatou com a condição se vir a ser criada uma SAD para o futebol (aplaudo o facto de dizerem que se demitem caso não seja aprovada em AG) acho que é imprescindível para os Vitorianos estarem elucidados de algumas questões pertinentes relativamente ao futuro do VSC e mais concretamente da constituição da SAD.

O direito à informação dos associados é indispensável para que votem em consciência pela aprovação ou não da constituição de uma SAD sob pena de estarmos a dar mais um cheque em branco a uma nova direcção.

Na minha opinião na Assembleia Geral Extraordinária que vier a ser marcada não estaremos só a votar num modelo organizacional de gestão mas acima de tudo iremos decidir o futuro da nossa associação e o fim do clube tal qual o conhecemos!

Não tenho nenhum tipo de preconceito com o modelo de gestão de uma SAD, acredito que são as pessoas envolvidas que fazem o sucesso do modelo e não o contrário. Apenas o sucesso econômico de uma SAD satisfazerá os elementos do Conselho de Administração e respectivos accionistas e o sucesso económico só poderá existir havendo sucesso desportivo para que possam entrar receitas televisivas, de lugares anuais, de patrocinadores, de competições europeias, de venda de jogadores, de merchandising, entre outras.

Não valerá a pena ter uma gestão dita profissional se os profissionais não forem competentes e não conseguirem atingir os objectivos que se propõem a atingir.

Quanto ao modelo de gestão não tenho reservas mas convém referir que estamos no pior período não só em termos de balanço e DR do clube como também em termos de economia Europeia.

Seria muito mais fácil captar investimento na SAD numa outra altura em que existisse liquidez e confiança dos investidores.

Posto isto coloco algumas questões que gostaria de ver esclarecidas antes da AG:

1- Qual o nº de acções e valor de emissão, por outras palavras o Capital Social inicial da SAD?

2- Como terão os investidores o retorno do seu investimento (através unicamente de pagamento de Lucros por Acção, deterão também passes de jogadores?) Em relação ao(s) investidor(es) principal através da compra de obrigações de um possível empréstimo obrigacionista emitido pela SAD obtendo assim remuneração pelo capital emprestado?

3- Qual o imobilizado que passa para a SAD?

4- Qual a composição do conselho de administração que vier a ser constituído? Há garantias que os Vices eleitos para as diferentes áreas terão assento no CA? Se assim não for arriscamo-nos a ter Vices eleitos para áreas que passam para a SAD e ficariam como meros adornos do clube esvaziado desses departamentos. Esta questão depende obviamente da estrutura accionária que a SAD vier a ter mas pelo que foi transmitido o principal investidor é conhecido e por isso deverá ter acções suficientes para garantir o CA.

5- A dívida do clube será paga de que forma. Obviamente que terá de ser renegociada dívida mas as receitas provêm de onde? A SAD pelo que disseram pagará uma renda ao Clube pela utilização do estádio e o plano de pagamentos deverá ter como base também essa receita, e se a SAD não gerar caixa para continuar a pagar essa renda?

6- Quais os funcionários do Clube e as despesas que passarão a ser responsabilidade da SAD?

Haverá muitas outras questões que os sócios gostariam de colocar e acho sinceramente que agora é a altura de as fazer!

Saudações Vitorianas