D. Afonso Henriques

Facto: a nossa jornada de luto, em que tanto nos empenhamos, passou ao lado do país desportivo.

Apesar do grande envolvimento da massa adepta vitoriana, esta enorme manifestação de repúdio não teve a necessária repercussão mediática.

E porquê?

Porque os prejuízos de outros clubes, que não os estarolas, não é um assunto que interesse aos nossos benditos jornaleiros, mas principalmente porque este movimento de sentida revolta acabou por se desvanecer com o tempo sem ter sido devidamente sublinhado, porque não teve o envolvimento sério que se impunha ao nosso bendito Presidente. Emílio Macedo continua a não ser capaz de entender que não se pode estar confortavelmente sentado à espera que as coisas aconteçam por si mesmas. Emílio Macedo não consegue compreender que se lhe impõe um papel muito mais activo e persistente, na defesa dos interesses do Vitória. Não são suficientes os seus fogachos esporádicos. Impunha-se-lhe que da jornada de luto tivesse feito um muito maior destaque. Impunha-se-lhe que tivesse convocado uma conferência de imprensa para a anunciar, para que se tivesse criado alguma expectativa. A divulgação foi apenas interna e, para que tivesse algum efeito, seria necessária muito maior visibilidade. E a marcha de protesto teria, com toda a certeza, um outro peso se tivesse contado com a presença do seu Presidente. A situação obrigava a mais, a muito mais, para que a “triste verdade negra” não tivesse, mais uma vez… passado em branco.

Se pelo menos Emílio Macedo fosse capaz de aprender com o exemplo dos outros. Por muito menos, após o jogo da Luz, montou o Sporting um autêntico circo.

Mas a nossa verdade também é esta. A nossa verdade é que foi este o Presidente que a maioria dos vitorianos decidiu reconduzir.

Apesar de tudo aquilo que já lhe conhecíamos, foi esta a realidade que os vitorianos quiseram manter, assim uma espécie de... realidade cinzenta...

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