D. Afonso Henriques

Confesso que nos últimos dias, fruto daquilo que tenho visto, lido e ouvido, não ando muito a gosto com tudo aquilo que gira á volta do VITÓRIA.
Este meu estado de espírito saíu reforçado no último domingo no jogo contra o LEIRIA.
De facto, a dado momento, até pensei que estava em Fátima no 13 de Maio. Adiante....
Mas a pergunta que deixo no ar é só esta: QUE VITÓRIA (queremos)?
Nós - a enorme massa de associativa Vitoriana - temos que perceber, de uma vez por todas, que nos próximos tempos o VITÓRIA, objectivamente, não pode aspirar a grandes resultados desportivos.
É que, para os mais distraídos (infelizmente são a generalidade dos indefectíveis Vitorianos) o VITÓRIA "carrega" um passivo a rondar os 10 milhões de euros o que, só por sí, e de uma forma racional proíbe a que sonhemos com expectativas a esse nível.
E, para além disso, como se fosse pouco, desportivamente os últimos anos foram desastrosos. Começamos a época com uma equipa desfeita quer em número de jogadores quer no aspecto psicológico, fruto das enormes dificulades porque passamos.
Depois entrou uma nova Direcção que, sendo legitimada por uma franja muito significativa da massa associativa nas últimas eleições, não deixou, ainda assim, de ter criado algumas feridas entre os sócios que estão longe de estar curadas e com ela, entrou ainda, uma nova equipa técnica o que, obviamente, carece de um período de ambientação a toda uma nova realidade.
Ora, sabendo isso e porque (legitimamente!) acreditamos no potencial do VITÓRIA enquanto Instituição temos, ainda que com custo, de perceber que para lá chegar (aos tais objectivos ambiciosos) é preciso tempo, tempo e... mais tempo. O necessário...... (um, dois anos, confesso que não sei, mas tenho a certeza que essa espera, seja ela qual for, é absolutamente necessária para o futuro do VITÓRIA!).
Primeiro temos que corrigir os inúmeros defeitos que resultam de uma gestão recente que A R R U Í N O U (assim com todas as letras!!!!!) o VITÓRIA.
E, para essas correcções, penso que as medidas tomadas pela Direcção vão no sentido certo: saneamento do passivo, aumento número sócios, criação de novas fontes de financiamento, continuação com a excelente campanha ao nível do marketing e marchandising (tem sido, para mim, o verdadeiro ex-libris desta direcção!), etc., etc., mas para que isto tenha eficácia é preciso paciência.
Agora, todos sabemos, o futebol é um jogo e, como tal, pode, mesmo sem planeamento e "quase ao acaso", acontecer um milagre, isto é, a bola entrar de qualquer jeito.......mas isso, acreditem, dificilmente acontece. Essa é sempre a excepção.
Agora para chegar aos tais objectivos ambiciosos é preciso ter calma. É preciso dar tempo ao tempo. E, com toda a certeza, não é com assobiadelas, criticas gratuitas e "lenços brancos" que vamos lá. Covençam-se por muito que isso nos custe e, acreditem, a mim custa-me imenso.
Acreditem que já estou farto de ver o VITÓRIA do meio da tabela para baixo, eliminado precocemente, ano após ano, da Taça de Portugal e, principalmente, fora das competições europeias.
Mas, que diabo, interessava como medida estruturante, conseguir alcançar esses objectivos desportivos sem planeamento, quase que ao acaso. Francamente, penso que não. Tornava-se efemero.
Eu gosto de ganhar sempre, mas para que isso aconteça com a regularidade que todos ambicionamos é necessário previamente criar os tais mecanismos que sejam o alicerce desses desejados exitos desportivos.
Semear hoje para ganhar no amanhã, mas principalmente, no futuro.
Eu tenho paciência para aguentar, se necessário for, nos próximos 2 ou 3 anos.
Quem não a tiver pelo menos que não estorve, ou então, nas próximas eleições que "invista" numa equipa directiva que se preocupe em exclusivo com o futebol (seja a que preço for) assim à imagem de um qualquer Ibrahimovich, venha ele de onde vier.....
Eu prefiro não arriscar para dessa forma não hipetecar, ainda mais, o presente e o futuro do clube que gosto.
Saudações Vitorianas.

P.S. Para "palhaçadas" e piadas de mau gosto, vão bater a outra porta.....