Acta Número Um
Aos catorze dias do mês de Junho do ano da graça do Senhor de dois mil e seis, nas instalações do restaurante Migas, à Feira do Comer, nesta cidade de Guimarães, pelas dezanove horas e quarenta e cinco minutos, reuniram-se à mesa, movidos pelo firme intuito de destruir e afogar a preceito um rodízio completo, as velhas glórias Ademir Alcântara, Gregório Freixo, N'Dinga, Tito 71-78, Edmur, Cascavel, Pedro Mendes, Basaúla e Taoufik.
O Capitão jogou na antecipação e foi o primeiro a chegar ao encontro, atitude que lhe valeu alguns apupos, uma vez que era o grande beneficiado, tendo o repasto assegurado pelo resto da equipa. N'Dinga, fruto do hábito e das reviengas que o caracterizaram, foi parar ao restaurante, propriamente dito, e apenas no local se apercebeu que o jantar fora marcado para a Feira do Comer. Lá deu com a coisa.
Pelas 20h, estando presentes apenas o Capitão, N'Dinga e Ademir, este último desmarca-se rapidamente, abrindo as hostilidades, com o pedido de três caipirinhas. Entretanto inicia-se o jogo Alemanha-Polónia, num plasmóide em suspensão, à cabeceira, o que, pasme-se, não mereceu grande atenção do trio presente, mais preocupado em trocar impressões sobre outros assuntos.
Tito71-78 chega quase de seguida e entra bem no jogo, dominando a arte da palheira, à qual dá um novo sentido. O público manifesta-se ruidosamente.
Quase sem interrupções, vão chegando Edmur, Cascavel, depois Taoufik, Pedro Mendes e, finalmente, Basaúla. A táctica não se ressente das inclusões, continuando a equipa a carburar a grande nível. Pedro Mendes confirma estar em grande forma, partindo da sua habitual posição de trinco, joga e faz jogar, rapidamente se entrosando e apanhando o número de caipiras dominados pelos demais. Basaúla mostra que quem sabe não esquece e prossegue a bom ritmo.
Entrementes, no terreno de jogo, as entradas sucedem-se - ainda pouco duras, próprias de início de competição -, as equipas vão-se estudando e assim dão sumiço a pães onde aconchegam os inúmeros e variados víveres que vão chegando. A ordem é: está no prato, morre! No plasmóide constata-se que a Alemanha faz pela vida, mas sem sorte. Neno, outra velha glória, mas em carne e osso, aproxima-se da área e cumprimenta efusivamente a restante equipa.
Volvidos os primeiros trinta minutos de jogo, apesar de a equipa evoluir a bom ritmo, mostrando futebol desenvolto, constata o Mister que a produção atacante ainda só vai nas três caipiras e decide mudar de táctica. Ademir, atento e rápido, volta a desmarcar-se com a elegãncia que sempre o caracterizou e manda servir o rodízio, optando pelo espumante. Ágil, comme d'habitude, N'Dinga acompanha. O mesmo fazem Edmur, Gregório e Tito. Pedro Mendes assume-se patrão do meio campo defensivo e manda vir do mesmo, mas tinto.
A equipa está agora a progredir com outro perfume, constantes trocas de bola, quase sempre ao primeiro toque. Finta-se pouco, quase ninguém falha um passe. As estatísticas não mentem: 100% de posse e a concretização de praticamente todas as oportunidades, de preferência mal passadas. A Alemanha desespera. Fala-se do nosso Vitória. Constata-se que ninguém mudou de opinião em relação ao que por aqui vai escrevendo.
Entra-se nos descontos. Basaúla ainda joga a grande nível, segura a bola na intermediária. O adversário demonstra cansaço. Ademir, sempre em constantes deambulações junto à área adversária, adianta-se uma vez mais à defensiva e pede uma garrafa de whisky, gelo e copos. Basaúla cessa os seus esforços, apenas por desistência do adversário, cerca de outros 90m após os demais. Nove cafés, whisky Q.B. e sempre o Vitória, agora salpiscado por histórias de viagens ao Brasil e Leste Europeu, bem como das grandes exibições por lá vistas a virtuosos e uma ou outra contratação efectuada. A Alemanha, afinal, marcou... há duas horas atrás.
Durante a palestra nos balneários, Basaúla e Taoufik ainda tentam ficar fora de jogo, Cascavel amua ligeiramente, é que houve alguma indisciplina e a direcção multa os jogadores em mais do dobro do que havia sido estabelecido. Gregório assiste, impassível. Finalmente todos decidem pagar e, adoptando hábitos de outros desportos, opta-se por um terceiro meio tempo na zona histórica.
Ademir e N'Dinga, no brilhante entendimento a que nos habituaram no terreno de jogo, vão trocando bola (caipiroskas) num bar da praça de Santiago, e já estão na entrada da área, quando os demais entram em campo. A história repete-se, não se ressentindo de forma alguma a equipa da entrada em jogo dos restantes elementos, que se integram na perfeição. Os primeiros amendoins vieram salgados, os segundos picantes.
Pela terceira hora do dia quinze, Taoufik, Basaúla e Pedro Mendes recolhem ao hotel. Os restantes seguem em peregrinação ao Jetz (nunca tenho a certeza como se escreve), a fim de rematar a noite em oração nessa catedral, agradecendo a vitória clara. No local e já em culto há algum tempo, encontra-se o lesionado Cobra 86 (comentador habitual). Mais um ou outro copo, conversa-se ainda e sempre o nosso Vitória. Mais tarde joga-se pool, na variante eight ball. N'Dinga e Gregório retiram-se pelas cinco horas.
Raiava o dia quando cessaram as hostilidades. Constata-se o grande entrosamento de toda a equipa e a boa forma dos executantes, sem necessidade de grandes treinos ou estágios. Sai naturalmente bem! Foi goleada à antiga.
Nada mais havendo a tratar, deram-se por encerrados os trabalhos ao alvorecer, tendo deles lavrado a presente acta, a qual, lida e aprovada por todos, passo a assinar.
Guimarães, aos 14.06.2006.
N'Dinga
O Capitão jogou na antecipação e foi o primeiro a chegar ao encontro, atitude que lhe valeu alguns apupos, uma vez que era o grande beneficiado, tendo o repasto assegurado pelo resto da equipa. N'Dinga, fruto do hábito e das reviengas que o caracterizaram, foi parar ao restaurante, propriamente dito, e apenas no local se apercebeu que o jantar fora marcado para a Feira do Comer. Lá deu com a coisa.
Pelas 20h, estando presentes apenas o Capitão, N'Dinga e Ademir, este último desmarca-se rapidamente, abrindo as hostilidades, com o pedido de três caipirinhas. Entretanto inicia-se o jogo Alemanha-Polónia, num plasmóide em suspensão, à cabeceira, o que, pasme-se, não mereceu grande atenção do trio presente, mais preocupado em trocar impressões sobre outros assuntos.
Tito71-78 chega quase de seguida e entra bem no jogo, dominando a arte da palheira, à qual dá um novo sentido. O público manifesta-se ruidosamente.
Quase sem interrupções, vão chegando Edmur, Cascavel, depois Taoufik, Pedro Mendes e, finalmente, Basaúla. A táctica não se ressente das inclusões, continuando a equipa a carburar a grande nível. Pedro Mendes confirma estar em grande forma, partindo da sua habitual posição de trinco, joga e faz jogar, rapidamente se entrosando e apanhando o número de caipiras dominados pelos demais. Basaúla mostra que quem sabe não esquece e prossegue a bom ritmo.
Entrementes, no terreno de jogo, as entradas sucedem-se - ainda pouco duras, próprias de início de competição -, as equipas vão-se estudando e assim dão sumiço a pães onde aconchegam os inúmeros e variados víveres que vão chegando. A ordem é: está no prato, morre! No plasmóide constata-se que a Alemanha faz pela vida, mas sem sorte. Neno, outra velha glória, mas em carne e osso, aproxima-se da área e cumprimenta efusivamente a restante equipa.
Volvidos os primeiros trinta minutos de jogo, apesar de a equipa evoluir a bom ritmo, mostrando futebol desenvolto, constata o Mister que a produção atacante ainda só vai nas três caipiras e decide mudar de táctica. Ademir, atento e rápido, volta a desmarcar-se com a elegãncia que sempre o caracterizou e manda servir o rodízio, optando pelo espumante. Ágil, comme d'habitude, N'Dinga acompanha. O mesmo fazem Edmur, Gregório e Tito. Pedro Mendes assume-se patrão do meio campo defensivo e manda vir do mesmo, mas tinto.
A equipa está agora a progredir com outro perfume, constantes trocas de bola, quase sempre ao primeiro toque. Finta-se pouco, quase ninguém falha um passe. As estatísticas não mentem: 100% de posse e a concretização de praticamente todas as oportunidades, de preferência mal passadas. A Alemanha desespera. Fala-se do nosso Vitória. Constata-se que ninguém mudou de opinião em relação ao que por aqui vai escrevendo.
Entra-se nos descontos. Basaúla ainda joga a grande nível, segura a bola na intermediária. O adversário demonstra cansaço. Ademir, sempre em constantes deambulações junto à área adversária, adianta-se uma vez mais à defensiva e pede uma garrafa de whisky, gelo e copos. Basaúla cessa os seus esforços, apenas por desistência do adversário, cerca de outros 90m após os demais. Nove cafés, whisky Q.B. e sempre o Vitória, agora salpiscado por histórias de viagens ao Brasil e Leste Europeu, bem como das grandes exibições por lá vistas a virtuosos e uma ou outra contratação efectuada. A Alemanha, afinal, marcou... há duas horas atrás.
Durante a palestra nos balneários, Basaúla e Taoufik ainda tentam ficar fora de jogo, Cascavel amua ligeiramente, é que houve alguma indisciplina e a direcção multa os jogadores em mais do dobro do que havia sido estabelecido. Gregório assiste, impassível. Finalmente todos decidem pagar e, adoptando hábitos de outros desportos, opta-se por um terceiro meio tempo na zona histórica.
Ademir e N'Dinga, no brilhante entendimento a que nos habituaram no terreno de jogo, vão trocando bola (caipiroskas) num bar da praça de Santiago, e já estão na entrada da área, quando os demais entram em campo. A história repete-se, não se ressentindo de forma alguma a equipa da entrada em jogo dos restantes elementos, que se integram na perfeição. Os primeiros amendoins vieram salgados, os segundos picantes.
Pela terceira hora do dia quinze, Taoufik, Basaúla e Pedro Mendes recolhem ao hotel. Os restantes seguem em peregrinação ao Jetz (nunca tenho a certeza como se escreve), a fim de rematar a noite em oração nessa catedral, agradecendo a vitória clara. No local e já em culto há algum tempo, encontra-se o lesionado Cobra 86 (comentador habitual). Mais um ou outro copo, conversa-se ainda e sempre o nosso Vitória. Mais tarde joga-se pool, na variante eight ball. N'Dinga e Gregório retiram-se pelas cinco horas.
Raiava o dia quando cessaram as hostilidades. Constata-se o grande entrosamento de toda a equipa e a boa forma dos executantes, sem necessidade de grandes treinos ou estágios. Sai naturalmente bem! Foi goleada à antiga.
Nada mais havendo a tratar, deram-se por encerrados os trabalhos ao alvorecer, tendo deles lavrado a presente acta, a qual, lida e aprovada por todos, passo a assinar.
Guimarães, aos 14.06.2006.
N'Dinga
11 Comentários:
Às 19 junho, 2006 12:27 , Pedro Mendes disse...
Lida, aprovada e assinada!
Brilhante... A acta e o jantar!
Queremos mais ;)
Pedro Mendes
Às 19 junho, 2006 12:58 , ADEMIR ALCANTARA disse...
Para completar o Relatório e Contas, aqui vai o Parecer do Conselho Fiscal.
As Contas e o Relatório refletem a verdade do exercicio, pedindo este orgão desde já um voto de Louvor a todos os presentes na iniciativa.
Mais se recomenda que se fiscalize o andamente deste tipo de trabalhos com mais frequência, pois saiu claramente reforçado o espirito que preside a esta magnifica Instituição, repita-se portanto o evento.
Após leitura atenta, a minha aprovação é de pé e com aclamação, e por não saber ler nem escrever assino por extenso,
VIVA O VITÓRIA!!!
Ademir Alcantara
Às 19 junho, 2006 13:01 , Gregório Freixo disse...
Com Secretários detes podemos encarar o futuro com um sorriso nos lábios...
E a futebolada?
Às 19 junho, 2006 19:49 , CASCAVEL disse...
Foi exactamente assim como aliás, de forma brilhante, reza a acta.
Claro que assino de cruz.
Grande abraço a todos os presentes, com votos sinceros que os ausentes, da próxima (que se deseja com uma futebolada de aquecimento para o repasto), também apareçam.
Saudações Vitorianas.
Às 20 junho, 2006 11:46 , Edmur disse...
Fantastica descriçao..
Ao ler a acta quase que senti o sabor da agua da escocia na boca..
Como sei ler e escrever assino de cruz..
A repetir...
(vou tentar marcar a futebolada)
Às 20 junho, 2006 13:15 , Tito71-78 disse...
Excelente!!! Muito bem escrita e descrevendo religiosamente o que se passou.
Estou à espera do próximo.
Às 21 junho, 2006 22:48 , Vitor Paneira disse...
Magnífica acta !!!
Ao nível do descrito repasto e ulterior cumbíbio :)
Às 22 junho, 2006 17:48 , 1922_supporters disse...
http://vitoriafans.blogspot.com/
grande projecto :)
Às 23 junho, 2006 10:35 , JC disse...
Ó meu caro Vitor Paneira... no que diz respeito à acta, fico-te muito agradecido. Quanto ao jantar e ao cumbíbio... esclarece-me lá (é que, para mim, és uma incógnita): tu estavas lá, observaste de longe ou alguém aqui tem dupla personalidade? É que, se foi o caso, a acta está incompleta...
Às 23 junho, 2006 11:36 , Vitor Paneira disse...
Caro N'Dinga,
Não, não estava lá.
Eu, no comentário, só falei no "descrito repasto e ulterior cumbíbio".
Daí o elogio ao birlhantismo da acta. Quase que sentia o cheiro a cachaça :)
A acta de modo algum está incompleta.
Um abraço.
Às 27 junho, 2006 10:37 , JC disse...
Esclarecido!
Folgo verificar que o meu amigo está de volta!
Um forte amplexo!
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