25.8.10

Saber aprender

Regresso para partilha de um desabafo, porque estou com a mente intranquila, com necessidade de pôr cá for alguns pensamentos.

Aquilo a que assistimos hoje, é uma grande lição de humildade a todos nós, vitorianos. Pelo menos, dêem-me a oportunidade de o interpretar assim, cada um o fará à sua maneira. Eu não consigo assistir ao que hoje assisti, e dizer que foi sorte, que foram os árbitros, que foi a ajuda do FCP, nada, só consigo olhar para mim próprio, para nós próprios, e procurar reflectir, e desejavelmente concluir.

A verdade é que hoje vimos o Braga vencer o Sevilha na casa deste, num local de onde há poucos anos saímos derrotados por 3-1. Então, para a fase de grupos da Taça UEFA, fizemos deslocar 3.000 bravos vitorianos. Hoje, numa qualificação para a Liga dos Campeões, eles fizeram deslocar 2.000 adeptos do Braga (não sei como se designam, aliás, acho que não têm designação…) E de que nos adiantou levar mais gente? De que nos adianta termos tido, na época passada, a maior média de espectadores a seguir aos (antigos) 3 estarolas, bem superior à do Braga que, por sinal, ficou em 2º lugar e disputou o campeonato até à última jornada? De que nos adiantou isso? De que nos tem adiantado isso? De nada, mais uma vitória de Pirro, nas quais aliás, somos campeões.

A verdade é que há 2 anos, conseguimos apurar-nos para a eliminatória de acesso à Liga dos Campeões. Saiu-nos o (fraquíssimo) Basileia. Eram legítimas as expectativas de ganhar? Mais do que legítimas! Fomos indecentemente roubados? Fomos, absolutamente; cá, lá e pelo caminho. Mas não entramos, não (apenas) por termos sido roubados, mas por ao longo dos 2 jogos que tivemos não termos sido capazes de ser claramente superiores ao nosso adversário. E a verdade é que o Braga, para estar presente na Liga dos Campeões, eliminou dois colossos do futebol europeu: o Celtic de Glasgow e o Sevilha.

A verdade é que somos desde sempre o maior clube português a seguir aos três grandes, e nem uma mísera Taça de Portugal temos no palmarés, a verdade é que somos um clube adiado, e permanentemente ultrapassado. Nos anos 70, depois de já termos duas participações europeias, chega à I Divisão o Boavista, clube que, 10 anos mais tarde viria a ser o nosso rival. Vimo-lo ser campeão nacional e apurar-se duas vezes para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Enquanto isso, mantivemo-nos na fresca ribeira. Agora, vemos este nosso rival, que nunca foi nosso rival desportivo, foi sempre um clube de lutar para não descer, passar-nos claramente, não apenas em resultados, não apenas no apuramento para a Liga dos Campeões, mas em projecto, em equipa, em estabilidade, em sustentação, em tudo que parece adivinhar um futuro equivalente ao seu presente, pelo que se sente de estabilidade e estruturação, enquanto que nós, não fôra o Euromilhões que agora nos saiu, este autêntico conto de fadas futebolístico, e estávamos relegados a uma condição mediana. E não estaremos à mesma?

A verdade é que o Braga apresentou-se em Sevilha sem estrelas, sem contratações sonantes, com uma grande maioria de jogadores formados no campeonato português, em clubes menores da I Divisão, e que o Braga pesca, logo a seguir aos grandes. A verdade é que nós continuamos a contratar carradas de brasileiros (que favorecem porventura mais o negócio que lhes está subjacente do que o clube), não somos competitivos a comprar no campeonato nacional, continuamos a não ter e a formar um jogador “à Vitória”, um estilo de jogo.

A verdade é que o Braga apresentou-se em Sevilha com jogadores que já têm muitos anos de casa, que foram comprados pelo clube sem esperar resultados imediatos (o Matheus, só a título de exemplo, andou emprestado em Setúbal), e que está a colher os frutos de um trabalho lento mas programado, calmo e estruturado. A verdade é que o Vitória se apresentou ontem no D. Afonso Henriques com um jogador a titular que não tem 2 semanas de casa, a verdade é que estamos à espera de um salvador que chegou já com o campeonato a rolar, a verdade é que o Vitória voltou – mais uma vez – a revolucionar por completo o plantel, apresenta um 11 inicial em que para além do Nilson (para já!) é raro ver mais algum titular da época anterior. Ora, como se diz a rodos no mundo da bola, “quando assim é…


Temos que ter a humildade de deixar de olhar para as vitórias dos nossos adversários com fanfarronice, com despique estéril, mas com inteligência, fazendo a pergunta sacramental a nós próprios: não seria possível sermos nós ali?

E a resposta só pode ser uma: seria; claro que seria!

Pergunta de mais difícil resposta já é se nos questionarmos: então porque não somos?

Aí é que a porca torce o rabo…

É que não nos podermos alhear do facto do Vitória ser, classicamente, ou se preferirmos, com mais estabilidade, o 4º maior clube português. Já foi o Belenenses, já foi o Boavista, agora é o Braga, e em todos esses períodos, quando todos esses estavam nos seus momentos de maior brilho, aquele que com eles disputava esse lugar, era o Vitória. O Vitória tem-se sabido manter nos grupos que disputam os lugares imediatamente a seguir ao Trio Odemira, mas nunca se consegue destacar. Eu penso que aí a razão é igualmente simples, nós temos de facto uma massa humana, associativa e adepta, que em tempos áureos se manifestou no empresariado, em fervoroso, espontâneo e financeiramente significativo apoio ao seu clube, e que tem conseguido manter este clube sempre nos lugares cimeiros. Agora, desses lugares – que são os nossos por direito – para a frente já nós não conseguimos empurrar, já estamos nas mãos de quem nos governa, e aí é que é o diabo…

Eu penso sinceramente que, por razões diversas, o motivo do nosso fracasso está directamente relacionado com quem nos dirige. Digo fracasso porque creio que não podemos qualificar de outro modo quem está mais de 80 anos a tentar sem nunca conseguir, quem tem os meios para conseguir chegar mais longe e nunca chega, quem tem tudo para ganhar ao menos uma mísera Taça e não o consegue em cerca de 80 participações quando já o conseguiram, nada mais nada menos do que 10 clubes nacionais! Somos um pouco como o anúncio da Danoninho…

Seja porque somos comandados por quem se serve do Vitória, seja porque somos liderados por quem não sabe servir o Vitória, a verdade é que temos sido manifestamente incapazes de estruturar um projecto. Por intencionalidade ou falta de jeito, não temos tido ninguém com visão, com capacidade de gestão, com vistas largas para programar um clube para uma década, para o dimensionar, ao menos, à altura daquela posição em que a nossa massa adepta no coloca. E já não é de hoje que digo isto: http://d-afonsohenriques.blogspot.com/2009/01/de-como-os-nossos-adeptos-nos.html

Somos mais um entreposto comercial de compra e venda de jogadores, de negócios invariavelmente com o mesmo mercado (brasileiro), que é o melhor, mas há outros, como sabemos, mas que é sempre preferido dos nossos dirigentes, também pelos motivos que sabemos. Tudo isto é que é verdade, e tudo isto é a causa de sermos um clube adiado.

Nós não podemos gerir uma casa com orçamentos de € 12 milhões e ter que contratar gente para falar inglês (?!) carência impensável em qualquer empresa de idêntica dimensão orçamental, nós não podemos ter uma empresa de € 12 milhões de orçamento entregue a amadores (sem com isto pretender apoucar, qualificando, os dirigentes, mas apenas fazer notar a sua condição de não profissionais), nenhuma empresa de idêntica dimensão o faz, nós não podemos pagar € 300 mil pelo Milhazes, depois de cá ter estado meio ano em que toda a gente que quis ver viu o que ele valia (estamos a pagar idêntica maquia pelo “salvador” Toscano), nós não podemos ver 3 jogadores do Vitória (Sereno, Andrezinho e Desmarets) hoje em clubes tão insignificantes como F.C.Porto, Colónia e Dep.Corunha e não ver um cêntimo que seja, nós não podemos, em suma, continuar a ser geridos como uma mercearia, a deixar os ordenados baixos porque enquanto estão assim pagamos menos, e depois ver-nos as oportunidades de crescimento, de realização de negócio, passar-nos ao lado. É que nós temos quase tudo para conseguir. Bastava não atrapalhar.


Mas há uma última conclusão, esta sim, inevitável.

E essa é de que é possível!

Já não adiantam os discursos miserabilistas de que chegar ao estatuto dos 3 grandes é algo impensável para um clube da nossa dimensão. Nós somos, claramente (embora não em termos desportivos) o 4º clube português. Por muito grande que seja a distância entre nós e o Trio Odemira, se nós não o conseguirmos, quem o conseguirá? Se aquele que está imediatamente a seguir não for capaz, que dizer dos outros? Para mais quando vemos agora o Braga, que é um clube do qual todos sabemos ser difícil arranjar um adepto genuíno, que é um clube como sabemos sem sustentação real na massa humana, atingir claramente esse patamar, não apenas de se imiscuir entre eles, como de ser um deles. Temos que reconhecer que esse sempre foi o nosso objectivo, o nosso sonho, e que fracassamos. E temos visto os nossos rivais atingi-lo, com muito menos ovos, têm feito muito mais omoletes.

Por isso, chega de discursos redutores: o Vitória pode qualificar-se para a Liga dos Campeões; o Vitória pode vencer a Taça de Portugal; o Vitória pode ser Campeão Nacional; o Vitória pode vencer a Taça UEFA. Não é fácil, é aliás extremamente difícil, mas é possível.

Assim saibamos servir o Vitória, servir a instituição, assim saibamos fazer escolhas a pensar no futuro do clube e não na imagem que quedará de um ou outro mandato, assim saibamos resistir à tentação de fazer negociatas com o nome desta grande instituição e com os corações de (muitos) milhares de vitorianos, assim saibamos, de uma vez por todas, estar à altura da instituição que servimos e representamos. Com o seu engrandecimento ganhamos todos, ganha sobretudo Guimarães, coisa que em Braga foi visto em tempo, e aqui, como sabemos, passa ao lado de quem tem a pena decisória.

Aliás, convém não esquecer, pela importância. Há uns anos, quando quase atingíamos o que o Braga agora atingiu, afastados pelo temidíssimo Basileia, aqui se comentava, entre os vários méritos que teria uma qualificação para Champions League, o encaixe financeiro que daí resultaria, pelo menos € 5 milhões mais o que viesse de alguns pontitos. Achei, e achamos todos, que perdemos na altura a oportunidade de dar o salto por podermos ter um encaixe absolutamente extraordinário para um clube da nossa dimensão.

Não nos qualificamos, é certo, mas vendemos o Bebé por € 9 milhões! Isto é, com esta venda encaixamos o correspondente a duas entradas na Champions League. Vou estar, e penso que todos devemos estar, atentos, à forma como vai ser gasto este dinheiro. Porque nós não tivemos o brilho desportivo da qualificação, mas conseguimos o encaixe financeiro equivalente, aliás bem superior ao que na altura esperávamos, pelo que nenhuma razão há para que esta venda e este encaixe não signifique a oportunidade de darmos o salto.

Vou estar atento. Como penso que todos o devemos estar.


Termino, pedindo desculpa aos que tiveram paciência de chegar até aqui, mas termino ainda com uma citação para reflexão:

Os primeiros jogos, ainda particulares, mas já na condição de clube oficial ter-se-ão realizado nos primeiros meses de 1923. A primeira formação do Vitória que se consegue registar é de um jogo realizado a 27 de Março de 1923 no Campo da Atouguia entre o Vitória e o Sp.Braga. O jogo terminou com o Vitória a vencer por 7-1.

In “Vitória 75 Anos de História”, de Raul Rocha.


Este foi o primeiro jogo da nossa História.

Vejam o tempo que decorreu e a inversão com que isto está hoje.

Se isto não nos fizer reflectir, e exigir, não sei o que fará.

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publicada por Paquito @ 00:06  

16 Comentários:

  • Às 25 agosto, 2010 01:42 , Blogger Vimaranes disse...

    Num dia negro, nada melhor do que ler este texto, que subscrevo quase por inteiro e ao qual nada tenho a acrescentar. Saibamos de uma vez por todas perceber porque tendo nós todas as condições para crescermos, não conseguimos dar o salto.

     
  • Às 25 agosto, 2010 09:27 , Blogger pedromouga disse...

    exclente texto...isto era bem entregue ao presidente do vitória apesar de detestar o braga temos de lhe tirar o chapéu...e deixo aqui o porque de sermos só vitoria...

    V.S.C, maior Orgulho





    É por ele que cometemos as maiores loucuras.
    É por ele que derramamos lágrimas.
    É por ele que sofremos.
    É por ele que gritamos.
    É por ele que nos sentimos bem.
    É por ele que saltamos de alegria.
    É por ele que perdemos tempo.
    É por ele que gastamos dinheiro.
    É por ele que ocorre o desespero.
    É por ele que perdemos a cabeça.
    É por ele que não vemos a solidão a apoderar se de nós.
    É por ele que vamos ao estádio, ou nos colamos a televisão.
    É por ele que fazemos sacrifícios.
    Por ele atravessamos montanhas, mares e oceanos.
    Por ele passamos noites mal dormidas.
    Por ele temos discussões.
    Por ele sentimos coisas inexplicáveis, incompreensíveis, sentimentos que nunca conseguimos exprimir.
    Por ele temos Orgulho.
    Por ele não nos arrependemos.
    Por ele temos admiração.
    Por ele ouvimos coisas que preferíamos não ouvir.
    Ás vezes dizem que não vale a pena tanto sofrimento.
    Que não vale a pena tanta dor.
    Por vezes chamam nomes aos jogadores, aos jogadores que fazem tudo para que ganhemos, que fazem tudo para nos alegrar, dão tudo por tudo, mas mesmo assim não agradam ás pessoas que querem tudo.
    Que levamos com a incompreensão dos outros.
    Por ele e só por ele somos considerados os melhores adeptos do país!
    Veneramos o nosso V.S.C, enaltecemos feitos.
    Somos invejados.
    Tudo por um único clube.
    Só aqueles que amam,
    Só aqueles que sentem,
    E só aqueles que vivem,
    É que podem explicar o sentimento que nos une a este Grande Clube.

     
  • Às 25 agosto, 2010 10:13 , Blogger Saganowski disse...

    Assino por baixo mais esta brilhante reflexão do Paquito e acrescento apenas uma frase ouvida ontem, em directo numa TV, da boca de um simples adepto do Braga:

    "Somos um clube em expansão, um clube virado para o futuro"

    Quando um simples adepto já pensa/diz isto, com a clarividência que este adepto disse, como pensarão já os dirigentes do seu clube??? Já devem estar a pensar notros vôos, concerteza...

    E nós? Em que pensamos?

     
  • Às 25 agosto, 2010 10:28 , Blogger Ibraim disse...

    Excelente reflexão de Paquito, com a qual concordo plenamente.
    Gostaria apenas de dizer mais duas ou três coisas que me vão na alma e que, no fundo, apenas vêm reforçar as palavras do Paquito.
    A vitória de ontem do Braga foi dolorosa, não tanto pelo que eles souberam conquistar, mas essencialmente porque me fez recordar, mais uma vez e com muito pesar, a oportunidade que o Vitória desperdiçou há 2 anos atrás.
    A diferença entre os homens de sucesso e os “outros”, é que os primeiros sabem aproveitar as oportunidades que lhes surgem pela frente, enquanto os “outros” preferem a segurança de nada fazer e de não arriscar.
    A oportunidade que o Braga teve o engenho de saber aproveitar, com todo o mérito, foi a mesma que Emílio Macedo receou e não enfrentou, há 2 anos, por manifesta falta de coragem.
    E isto é apenas uma das muitas coisas que devemos a Emílio Macedo, o “nosso” “outro”: a segurança e o conforto de nos mantermos como uma eterna promessa adiada de sucesso.
    Obrigado, senhor Presidente…

     
  • Às 25 agosto, 2010 12:26 , Anonymous Anónimo disse...

    Assino por baixo também.

    Vejam e se possível deixem a vossa opinião:
    http://ultraummododevida.blogspot.com/2010/08/acorda-guimaraes.html

    Cumprimentos.

     
  • Às 25 agosto, 2010 14:38 , Blogger Ricardo Lopes disse...

    É um texto que expressa o sentimento de todos os verdadeiros Vitorianos. Eu, como muitos fiquei atormentado com o que aconteceu ontem. Apesar de todo o sucesso dos de Braga não tenho problemas em dizer que estava a torcer pelo Sevilha. Não gosto do Braga. Ponto final. E não me venham com a treta de que é um clube português, que é Portugal que está a ser representado. Isso é tudo uma treta para quem gosta de ser politicamente correcto, tanto mais que essa equipa para lá da Morreira como dizia um jornal Espanhol "o Braga é uma equipa de Brasileiros disfarçados de portugueses". É claro que vou ao encontro do autor do texto "somos uma promessa eternamente adiada" e isso´é que me revolta ainda mais. Desculpem o desabafo deste vitoriano.

     
  • Às 25 agosto, 2010 16:10 , Blogger CASCAVEL disse...

    A mim não me incomoda nada o èxito marroquino (como é evidente também não me satisfaz).
    O que verdadeiramente me incomoda é que o VITÓRIA, como muitissimas mais condições, quando tem as oportunidades (e foram tantas ao longo dos últimos 30 anos) NUNCA as sabe aproveitar.
    Seja lá porque motivo for.

     
  • Às 25 agosto, 2010 16:37 , Blogger Rui Rodrigues disse...

    já disse uma vez nem sabendo quem vocês são. com tão boas ideias como tem o paquito,jeremias,cascavel,paneira,ibraim,etc,deviam candidatar-se ao Vitória. porque são vitorianos,tem ideias,sabem expressar-se,gostam do clube. tudo ao contrário do milinho protocois do padeiro pereira do LUZiano baltar e comandita.
    vamos correr com esses benfiquistas antes que eles deem cabo do nosso clube

     
  • Às 26 agosto, 2010 01:15 , Blogger José Manuel (Nelo) disse...

    Quando eu vejo vitorianos da minha família com mais de 25 anos de sócio a não se importarem de ver o Braga fazer o que fez .....está explicado porque PM e EMS tiveram os reinados que tiveram, e porque razão o VSC tem o exíguo palmarés que sabemos...

     
  • Às 26 agosto, 2010 23:25 , Blogger Paquito disse...

    Caro José Manuel (Nelo),
    Agradeço-lhe o seu comentário.
    E teria muito gosto em responder à substância.
    Mas há uma dúvida que previamente me assalta:
    a quem se refere quando fala em "vitorianos com mais de 25 anos de sócio"?

     
  • Às 27 agosto, 2010 14:53 , Blogger Pedro Ferreira disse...

    Nelo,

    Não posso de todo concordar com a tua opinião.
    Não me importei minimamente que o Braga tenha feito o que fez. Reconheço-lhes todo o mérito. Quero é fazer o mesmo, ou melhor ainda.
    Ao contrário do que dizes, julgo que o mal do Vitória estará provavelmente na nossa grande capacidade de mandar atoardas para onde quer que seja (para lá da Morreira, para os árbitros, para os jornalistas), ridicularizar o que quer que os outros façam de bom e não aprender, percebendo que quem falha somos nós.

    Pedro Ferreira

     
  • Às 27 agosto, 2010 22:13 , Blogger Ana Machado VSC disse...

    Parabéns por este grande texto.

    Só discordo com o pedido de desculpa final :)
    Nós, leitores, temos antes de agradecer as palavras sábias e tão bem ditas de alguém que invariavelmente sente o mesmo que nós. Alguém que (embora não conheça) assume-se e expressa-se como um verdadeiro vitoriano.
    E concordo também com um comentário escrito acima, já que são sim esses vitorianos genuínos, que conhecem e que elevam o nome do clube, pelo qual a vida inteira têm lutado, que deveriam abraçar o leme deste barco que há muito navega sem rumo.

    E esperemos que num futuro próximo tudo o que aqui foi mencionado já não faça parte da nossa realidade!

     
  • Às 28 agosto, 2010 17:28 , Blogger Paquito disse...

    Queria agradecer a todos as simpáticas palavras que dirigiram ao meu texto.

    Manifesto apenas que tenho pena que o José Manuel (Nelo) não tenha esclarecido a quem se referia quando falou em "vitorianos com mais de 25 anos de sócio"?
    É que, deu-me a curiosidade, e fui ver a minha ficha de inscrição como sócio (sim, guardo até hoje uma cópia da minha ficha de inscrição) e vi que me inscrevi em 1985, isto é, faço este ano 25 anos de sócio!
    Na mouche! Demasiado na mouche para ser coincidência; e eu não acredito em coincidências...

    O que aliás, anda em idêntico registo de única voz dissonante, com um outro "comentador" a um dos posts que se seguiu ao meu, que sabia, com detalhe pormenorizado, tudo o que no Vitória se tem feito em matéria de marketing ou merchandising, até sabia o nome do sistema de pagamento (paypall ou lá o que é) e tudo!
    Não deixa de ser curioso que os únicos "vitorianos" que assumiram opiniões, legitimamente, dissonantes da opinião generalizada, tenham tanta informação privilegiada sobre pormenores da vida do clube...

    Razão para dizer que, parece-me a mim, e tenho direito a ter essa opinião, todos os vitorianos de coração manifestaram idênticas opiniões. Opinião reforçada até pela circunstância de terem aparecido muitas opiniões e comentários para além das dos residentes.
    Houve dissonâncias, que francamente me parecem mais profissionais do que com outro origem. E espero que o aumento de 20 para 60 funcionários que os últimos anos introduziram no Vitória não implique o acompanhamento do que se passa na blogosfera, até porque, além de ficar sempre mal, fica a parecer que não há mais nada de útil para fazer, e sobretudo, vem-se defender o indefensável até porque me parece evidente que nenhum dos vitorianos de coração, e não de contrato, que aqui falou, se revelou tão discordante nas opiniões aqui manifestadas.
    Aliás, convém esclarecer, nenhum dos vitorianos de coração que aqui escreveu se revelou satisfeito ou indiferente às vitórias do Braga. Eu pelo menos não sou! Aliás - penso que seria de fácil interpretação para uma inteligência mediana - o desconforto que me causou é que motivou este meu (longo) desabafo. Parece-me isso demasiado evidente para ter que ser explicado.

    O que é preciso, repetindo o que disse no post, é o seguinte:
    "Temos que ter a humildade de deixar de olhar para as vitórias dos nossos adversários com fanfarronice, com despique estéril, mas com inteligência, fazendo a pergunta sacramental a nós próprios: não seria possível sermos nós ali?"

    E é isto que temos que nos perguntar para darmos passos em frente.
    E não aferir quem gosta mais ou menos das vitórias dos nossos adversários.

    "E a resposta só pode ser uma: seria; claro que seria!"

     
  • Às 28 agosto, 2010 17:28 , Blogger Paquito disse...

    Este comentário foi removido pelo autor.

     
  • Às 28 agosto, 2010 18:22 , Blogger Vitor Paneira disse...

    Caro Paquito,

    Mais uma vez, focas aqui tocas um ponto importantíssimo.

    "E espero que o aumento de 20 para 60 funcionários que os últimos anos introduziram no Vitória não implique o acompanhamento do que se passa na blogosfera, até porque, além de ficar sempre mal, fica a parecer que não há mais nada de útil para fazer(...)"

    Este é que é um problema que me aflige. E mais ainda deve afligir quem tiver a ideia de "fazer" algo melhor por este clube do que quem lá está actualmente, candidatando-se.

    Todos, melhor ou pior, conhecemos a legislação laboral em Portugal. E muitos dos que aqui escrevem sabem-no bem melhor que eu. Este é o País onde uma relação laboral é mais difícil de desfazer que um casamento...

    E essa irracional ânsia contratadora, seguindo a lógica do se é fraco mas remunerado já passa a ser um profissional, na crença de que quem souber chapar massa já pode ser empreiteiro, vai representar uma das botas mais difíceis de descalçar a quem a estes se seguir.

    Numa primeira fase, para descobrir quem (não) faz o quê no Vitória. Numa segunda, para indemnizar quem - e são muitos - está a usufruir do Rendimento Vitoriano de Apadrinhação (eu sei que não se escreve assim mas foi para rimar com inserção e não com jumento, que é o que me vem muitas vezes à cabeça quando penso neste assunto).

    E se calhar, para remediar e repor a normalidade no quadro de pessoal, não vai bastar o que se perderia de ganhar se muitos Valdomiros não fossem para o Setúbal e tivessem representado mesmo encaixe financeiro...

     
  • Às 31 agosto, 2010 11:51 , Blogger Fredrik Söderström disse...

    Excelente texto.....temos tudo a aprender com quem faz melhor do que nós, quer seja no desporto quer na vida.
    A falta de humildade em não o reconhecer é sinónimo de estupidez!

     

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