10.9.08

Entrevista de Emílio Macedo ao site do Vitória.

Naquilo que é uma óbvia reacção à crescente onda que varre a blogosfera vitoriana acerca da falta de transparência que, nos dias de hoje, domina o nosso clube, Emílio Macedo, certamente aconselhado pelo nóvel departamento de comunicação do clube, deu uma extensa entrevista ao nosso site.

Se a intenção da entrevista era esclarecer os vitorianos e acabar de vez com as dúvidas que se têm levantado quanto à situação financeira do Vitória, negócios realizados e ainda quanto ao famoso protocolo, devo dizer que a mesma foi uma oportunidade perdida.

Que verbas em concreto justificam a duplicação do orçamento verificada este ano? Aquisições? Parece que não. Salários? Também não. Então quais?
Qual o valor pelo qual foi transaccionado o melhor jogador do plantel vitoriano? Ficámos com alguma percentagem do passe?
Quais, em concreto, as obrigações e benefícios que resultam do protocolo?

Acerca destas questões só frases redondas ou pormenores laterais.
Quanto ao negócio Geromel.
"Na minha perspectiva foi um bom negócio"
"Na minha opinião, o Geromel foi vendido por um valor que foi justo"
"Foi o valor que o mercado ditou pois para além da proposta do actual clube do jogador tivemos outras, mas todas inferiores."
Em suma. Ficámos exactamente na mesma.

Quanto ao protocolo.
"Não podíamos, em termos financeiros, ir mais longe do que isto. E por isso é que temos feito alguns protocolos com vários clubes."
"Se tivéssemos dinheiro para comprar o queremos, podem ter a certeza absoluta que não faríamos protocolos com absolutamente ninguém."
"São protocolos que nos obrigam a ficar amarrados a algumas obrigações mas que nos trazem também grandes benefícios."
"Falemos, por exemplo, do caso do Cafu. Estou a falar do Cafu como posso falar de outros. Mas neste caso específico, o Vitória viu inteiramente salvaguardados os seus direitos com a transferência do jogador para o Benfica."
"Se não fosse este tipo de protocolos, provavelmente não estariam aqui o Nuno Assis e o Luís Filipe."
"E os sócios devem compreender, como acho que a esmagadora maioria compreende, que o clube ainda está numa situação difícil, que o futebol actual é muito agressivo e para um clube com as nossas dificuldades financeiras é necessário estabelecer parcerias. Toda a gente o faz no mundo do futebol".

Espremendo tudo, de concreto, o que é que temos?
Que o protocolo envolverá (atendendo ao exemplo Cafú) a cedência de jovens jogadores ficando o Vitória com percentagem do passe e direito de preferência. Aparentemente.
Que poderemos beneficiar de jogadores dispensados pelo Benfica.

É isto que é adiantado.
Agora, em que bases são feitas as cedências? O Benfica escolhe os jogadores? As condições serão sempre estas do Cafú? Há limite para o número de jogadores a levar pelo Benfica? Estamos a falar de camadas jovens só, ou também do plantel principal? Como se desenrola o processo da nossa escolha das dispensas deles? Vêm emprestados ou a título definitivo? Pagam-nos os salários ou parte deles? O protocolo resume-se a isto ou há mais cláusulas?

Ou seja, em vez de, de uma vez por todas, esclarecer de forma clara e directa quais os termos do protocolo, são-nos atiradas umas migalhas e ditas uma série de banalidades.

Para o Presidente, se calhar até já sabemos demais. Mas sinceramente, para mim isto não é nada...

publicada por Gregório Freixo @ 00:00  

7 Comentários:

  • Às 10 setembro, 2008 11:08 , Blogger Ze Pedro M disse...

    de concreto temos que:

    1º é um comunicado e não uma entrevista

    2º a equipa B não será nova... é esta mesma que temos este ano com ainda mais alguns jogadores de Lisboa...

    3º temos a fantochada dos pavilhões. só não vê quem não quer... e relativamente a este tema só mais dois pontos:

    a) na campanha não foi dito que estes investimentos não iriam custar um tostão ao clube? que tinha investidores para essa obra?

    b) para um clube que pelos vistos precisa de estabilidade financeira, construir "ALI" estes dois pavilhões não implica, à partida, que nunca mais poderemos vender aqueles terrenos numa solução que tem tanto de "discutível" como de "rentável"???

    enfim... com cenas como Basileia e como estas cada vez gosto menos de futebol...

    para mim futebol é feito num campo com umas linhas, duas balizas e 22 homens atrás de uma bola!!!

     
  • Às 10 setembro, 2008 11:23 , Blogger Edmur disse...

    Esta entrevista, propaganda, comunicado, é inqualificável. Alem de não justificar nada, mostrando qual o real interesse do vitoria nos protocolos, o que realmente o vitoria encaixou com a venda de alguns jogadores, o real motivo da aproximação não ao benfica, mas a luis filipe vieira, ainda tenta passar um atestado de burrice aos adeptos vitorianos.
    Acredito que alguns interesses pessoais estejam a sobrepor-se aos interesses do clube. E não é com pavilhões, pois já aqui discutimos algumas vezes, que não é uma prioridade para o clube. A não ser que seja uma prioridade para algumas empresas de construção.

    Uma curiosidade, o presidente do benfica vai construir um grande complexo turístico em Altura( Algarve) e pelo que me disseram o seu sócio será o presidente de Angola ( este pais tão apetecível para quem tem os contactos certos)

    A politica estratégica do Vitoria enquanto clube é uma nulidade neste momento, e a prova disso o inacreditável preparação da época mais importante da historia do clube.

    Acho que em breve o estado de graça da direcção deixará de existir, e lá voltaremos ao mesmo de sempre. Arre....

     
  • Às 10 setembro, 2008 14:43 , Blogger Saganowski disse...

    Da entrevista escolho algumas frases e faço as minhas perguntas(as que o Sr. Marinho não fez ou não quis fazer...):

    "O Vitória é um clube que tem uma estrutura de custos fixos bastante pesada. Até pelas infra-estruturas que possui iria ser bastante complicado ao Vitória afastar-se do abismo em que se encontrava."
    E ainda se vai fazer um pavilhão novo e uma piscina?????

    "Sou da opinião de que não é acertado destruir um plantel que tão bons resultados conquistou."
    Se isto funcionou para a subida de divisão, porque é que não funcionou agora???

    "Fizemos agora com o Benfica, como estivemos para fazer com o Flamengo e o Chelsea. São protocolos que nos obrigam a ficar amarrados a algumas obrigações mas que nos trazem também grandes benefícios."
    Quais?Diga lá!!!

    "Estou a falar do Cafu como posso falar de outros."
    Quais? As “jóias” do plantel sénior?

    "O Pelé valia no Vitória 1 milhão e por ter saído do Inter de Milão valorizou-se ao ponto de estar avaliado em 6 milhões de euros."
    E quanto é que o Vitória agora recebe por essa valorização?

    "Ao abrigo do protocolo com o Benfica, nós podemos fazer parcerias na aquisição de um jogador."
    Como é que funciona? Compramos um jogador a meias com o Benfica e se ele não prestar ficamos depois nós com ele, é isso?

    "E só não vendi o Sereno porque não quis desmontar todo o eixo da defesa."
    Mas se não gosta de desmontar sectores or completo, por que é que deixou sair o Miljan, o Ghilas, o Alan?

    RESPONDA LÁ A ESTAS...OU MANDE O SR. MARINHO RESPONDER!!!

     
  • Às 10 setembro, 2008 17:52 , Blogger Paquito disse...

    Porque não este blog organizar um conjunto de assinaturas de sócios que peçam para, nessa qualidade, consultar os termos do protocolo?

    Ou o capitão pedir por todos (uma vez que basta um sócio pedir)

    Fica a sugestão.

     
  • Às 10 setembro, 2008 17:54 , Blogger ADEMIR ALCANTARA disse...

    "Paciência pá..."

    A juntar a tudo isto, ouvi há cerca de uma hora atrás o Sr. Presidente na TSF, a "explanar" o famigerado protocolo, do qual fiquei a saber o mesmo, ou seja, todos os interesses estão salvaguardados, e é tudo gente de "boa-fé". Veremos!

    Mas muito mais, retive com espanto uma corruptela do célebre "porreiro pá" que ouvimos numa Cimeira há pouco tempo ocorrida em Portugal, aplicada ao eventual afastamento do Vitória da Taça UEFA.

    "Pacincia Pá!..a vida continua e ninguém morre..."
    Uma coisa é a estratégia da equipa técnica para aliviar a pressão dos jogadores, outra coisa é o Presidente do Vitória dar de viva voz numa rádio nacional um ar de nonchalance e colocar como sempre a fasquia a uma altura diminuta.

    Sempre apoiei esta Direcção, como é sabido de todos, mas sinceramente acho que continuamos totalmente a "navegar à vista" no que diz respeito a fazer do Vitória algo de diferente a a dar o salto qualitativo, que no meu caso, há quase quatro décadas venho sonhando.

    Estou como disse o primeiro comentador deste post o Ze Pedro, cada vez mais virado para o terreno de jogo, porque o que se passa fora, honestamente tira-me do sério.

    Abraços e,

    VIVA O VITÓRIA!!!

     
  • Às 11 setembro, 2008 12:14 , Blogger CASCAVEL disse...

    Mas alguém, de bom senso, esperava que numa entrevista em que o entrevistado e o entrevistador são "a mesma pessoa" (é disso que se trata) resultaria algo de interessante?!?!?!.
    Era demasiado óbvio que, nestas circunstãncias, as perguntas seriam todas feitas à medida do interesse do entrevistado, o que, na prática, significava que as perguntas com relevância - como por ex. algumas que os meus amigos aqui deixaram - ficariam na gaveta à espera de outras oportunidades.

     
  • Às 11 setembro, 2008 19:14 , Blogger Amil disse...

    Concordo com o Cascavel mas concordo sobretudo com o Paquito. É preciso começar a apertar com a direcção, estas atitudes estão a começar a ser cada vez mais à Pimenta. Pelo menos têm que perceber que não queremos as repetições de capítulos anteriores.
    Eu assino.

    Miguel (80)

     

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