6.2.06

Fernão Peres de Trava

Queria só dizer que ouvi - como se ouve já à boca cheia pela cidade - que um vimaranense (?) surgiu num blog citadino a desejar ardentemente a nossa descida de divisão, tendo já supostamente guardada uma garrafa de champanhe para a, na sua perspectiva, feliz ocasião.
Sem mais, pretendo referir que considero tal INADMISSÍVEL e INSULTUOSO. Aguardo só que seja frontalmente assumido.

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publicada por Paquito @ 11:29  

10 Comentários:

  • Às 06 fevereiro, 2006 15:25 , Blogger Gregório Freixo disse...

    Já agora, meto a minha colherada.
    A questão que é posta no post não é a da obrigatoriedade de se ser vitoriano pelo faco de se ser vimaranense. Quanto a isso, julgo que estamos todos de acordo que a questão não se põe.

    A questão é outra. É ser-se vimaranense e odiar-se o Vitória. Eu aí, sinceramente, por mais voltas que se dê, não entendo como é possível.
    Não sei se será o teu caso, Goethels.
    Por outro lado, achar que é comparável o Tony Miranda e o Dino Freitas ao Vitória... Enfim...

     
  • Às 06 fevereiro, 2006 16:07 , Blogger JC disse...

    Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

     
  • Às 06 fevereiro, 2006 16:14 , Blogger JC disse...

    Volto a repetir (e repetirei à exaustão) aquilo que já aqui escrevi. As paixões clubísticas, como todas as paixões, têm, pelo menos, duas características:
    a) são inexplicáveis do ponto de vista racional;
    b) são exclusivas.
    Ora assim sendo, por um lado, não acho nada estranho que haja vitorianos no Algarve (conheço um e nunca teve nada que ver com Guimarães, só simpatiza com a equipa), nem vimaranenses de outros clubes; por outro lado, parece-me normal que quem é apaixonado por um clube deteste todos os outros... eu, por exemplo, adorava que, pelo menos 5 estádios da nossa liga profissional desabassem quando estiverem cheiinhos dos respectivos adeptos, são eles e por esta ordem: a Luz, o Dragão, o Bessa, Municipal de Braga e Alvalade.
    A irracionalidade nestas coisas vai ao ponto de, apesar de interessar mais ao Vitória que o Leiria perdesse com o Benfica, não ter conseguido deixar de ficar mesmo contente com a derrota destes e, no meu íntimo, ter tido pena que não fosse por mais...
    Também espero que compreendam. É que não tenho nada contra os clubes em si nem contra as cidades, mas ando, mais ou menos desde que gosto de futebol, cheio dos adeptos deles...

     
  • Às 06 fevereiro, 2006 16:20 , Blogger JC disse...

    Quanto ao post em causa, acho que a reacção de certas pessoas me faz lembrar a actual reacção do mundo árabe em relação aos tão famosos cartoons de Maomé... os cartoons, às tantas, são exagero, mau gosto e falta de respeito, mas a reacção é inqualificável.
    Ou podemos todos dizer o que sentimos (por isso acabei de desejar um mal enorme a milhares de adeptos de determinados clubes - claro que excluí mentalmente da tragédia os amigos que tenho nos adeptos de todos eles) ou não podemos.
    Se pudermos, convém que possamos todos, quer gostemos, quer não.

     
  • Às 06 fevereiro, 2006 16:22 , Blogger Paquito disse...

    Caro Goethals,

    Nem sei que te responder quando perguntas "qual é o problema"...
    Subscrevo o dito pelo nosso Gregório, sempre atento e oportuno, e nem sei se deva gastar o meu tempo e latim a procurar explicar algo que sei de antemão não compreenderás.
    Terá sido devido ao facto de o Estádio do Dragão estar no Euro2004 que alguns advogados até ganharam uns cobres adicionais em escalas para o efeito elaboradas?
    Quantos €uros entraram em Guimarães pelo FCP receber o Multimédia? Ou quando recebeu o Manchester, que vieram muitos.
    Quantos turistas tiveram interesse em conhecer GUIMARÃES quando o Porto foi Campeão Europeu e Mundial, quanto ganhou Guimarães com isso?
    E já agora, quanto terá ganho GUIMARÃES (Hotelaria, comércio em geral e outros serviços) pelo facto de, tendo um clube e estádio grandes, ter sido uma das sedes do Euro 2004? E quanto terá ganho por ter o Vitória, este ano, ido à Taça UEFA? Quantos polacos, ingleses e turcos vieram cá? Quanto gastaram? Quantos dos que não vieram passaram a conhecer a nossa cidade? Terá tido mais importância para Guimarães ter ido perder 3-1 a Sevilha e levar mais de 3.000 adeptos (no que foi pelos adeptos do Sevilha descrito como a maior deslocação de que se lembravam) ou o Porto ganhar nessa mesma terra a Taça UEFA?

    Ainda me lembro, há mais de 7 anos e meio, ter ido à Irlanda. Uma noite, em viagem, parei num bar de um local que era um autêntico ermo. Enquanto bebia a minha paint, fui abordado por um simpático que percebeu ser eu estrangeiro. Perguntou-me de onde era, respondi Portugal, ao que insistiu, mas de onde?, retorqui que ele não devia conhecer, era uma terra do norte, acima do Porto, insistiu, mas como se chama?, esclareci, Guimarães. Respondeu-me: "Ah!! Borussia de Möenchengladbach!"

    SERÁ QUE O VITÓRIA TEM ALGUMA COISA A VER COM GUIMARÃES???
    Realmente só quem for muito estúpido é que pensa que tem.
    De facto, é indiferente para a nossa terra ter um clube europeu, que divulgue o nome da cidade, ou um clube na 2ª divisão.
    De facto é indiferente ter as mais-valias que nos proporciona o nosso Vitória e os eventos internacionais que com elas vêm, ou nada ter.
    É indiferente termos um fenómeno tão motivador e mobilizador da nossa terra que consegue arrastar 17.500 pessoas para um jogo num domingo à noite, a dar na TV, termos mais de 3.000 pessoas num treino (quando o Boavista não chegou a esse número de espectadores num jogo no dia anterior), tudo isso, todo esse factor de união e mobilização dos VIMARANENSES é indiferente para ti? Tanto podia ser causado pelo Vitória, como pelo Dino Freitas ou pelo Tony Miranda.
    É tudo indiferente, para GUIMARÃES.

    Sabes Goethals, tenho pena é não seres político ou exerceres função pública ou meramente liberal, porque se o fosses, desafia-te a pores em causa essa tua opinião, assumindo publicamente não apenas que não és vitoriano, como que desejas que o Vitória desça.
    Talvez te confrontasses com o ridículo daquilo em que supostamente acreditas...



    nota: disponho-me a assumir a minha identidade, se também o fizeres. Em menos de 7 minutos e meio.

     
  • Às 06 fevereiro, 2006 17:39 , Blogger Gregório Freixo disse...

    Só queria dizer que subscrevo ipsis verbis os últimos dois comentários.
    Viva o Vitória

     
  • Às 06 fevereiro, 2006 18:05 , Blogger CASCAVEL disse...

    Eu também.
    Saudações Vitorianas

     
  • Às 07 fevereiro, 2006 11:35 , Blogger Paquito disse...

    Plenonasmo: Registo a mudança de registo.

    Que começou com cabedal de pombo e vem a culminar num apelo à razoabilidade (que não está inserta nem presumida em frases como "qual é o problema de um vimaranense desejar que o Vitória desça" ou "temos que gostar do Dino Freitas? E temos que vestir Tony Miranda"), amparando-se no supostamente magnânime escrito do nosso Maomé (deixa-me escrever com maiúscula), aliás, nos seus próprios termos, defensor de um racionalismo no futebol que tu próprio, caro Goethals, utilizavas como justificativo para as tuas opções clubísticas.

    Antes do mais porque, se reconheces expressamente que "o Vitória contribui e de que maneira para a divulgação e expansão do nome da cidade, para os incomes turísticos, etc." como podes achar normal um VIMARANENSE desejar a descida do Vitória?
    Também tem que querer mal à cidade, a esse income e a essa visibilidade, necessariamente!

    E depois dizes que é importante "não resumir o Vitória à única instituição que leva o nome da cidade por aí fora". Ora isso nunca foi dito, por nenhum dos intervenientes!
    Agora o que é reconhecível é que não sendo a única, é certamente a que mais contribui, ou está necessariamente entre as que mais contribuem.
    Responde se puderes: como podes, como dizes, não ter posto em causa que o Vitória tenha alguma coisa que ver com Guimarães, e no mesmo momento, desejar a descida de algo que tu próprio reconheces como amplamente contribuinte para o desenvolvimento e visibilidade da nossa terra???
    Creio haver aqui uma série de contradições absolutamente insanáveis, que talvez se justifiquem apenas por se pretender mudar de um registo ostensivamente provocatório para um forçadamente mais razoável.

    Para terminar, concordo que "não há nenhuma lei que obrigue ou indique que é de bom tom ser do clube da terra", mas que é de bom tom é.
    Também te pergunto: porque selecção vais torcer no Mundial? Espanha? Angola?
    Independentemente do que respondas, saberás responder porque razão os portugueses, ditos normais, serão torcedores daquela a que se chama "a selecção de todos nós" (tirando os portistas por causa do sempre decisivo motivo Vítor Baía)? E já agora, porquê "de todos nós"? De nós, quem?!
    Não sei porque raio de motivo, os franceses torcem por França, os ingleses por Inglaterra, os alemães pela Alemanha, os brasileiros pelo Brasil, não sei, de facto é difícil de compreender...
    E reduzindo à escala, porque motivo os bascos fazem do At.Bilbao uma verdadeira bandeira de afirmação nacionalista, ou em França com o Bastia e Marselha. Porque não são os bascos torcedores do Real Madrid ou do Barcelona?
    Aquilo que é verdade é que em todos os países há pessoas de uma cidade que torcem pelo clube de outra. Mas também em todo o lado isso é absolutamente residual, com estatísticas abaixo dos 5%, tirando neste nosso país à beia mar plantado, onde a pequenez das gentes leva a fenomenos desta natureza, onde não existe identidade, não existe apego pela História e pelos símbolos que nos sejam próprios, que sejam nossos no fundo, sejam eles os rojões à minhota, as Nicolinas, o vinho verde ou o Dino Freitas e o Tony Miranda. São nossos e só nos os podemos compreender e só a nós podem representar.

    Não sei por isso quando queres que comece e termine a racionalidade no futebol. Se pretendes que comece na análise às bojardas provocatórias e que termine na escolhe do clube, que dizes que "a escolha de clube é necessariamente algo irracional". É que tens que decidir, ou bem que é racional, ou bem que é irracional.
    Para mim digo-te, a escolha de clube nada tem de irracional. Ou bem que se é do clube com o qual temos identidade, é o normal: o clube, a selecção, o exército, o governo da(s) nossa(s) terra(s), ou so se é de um outro numa de duas situações: 1. Herança familiar (onde existe o elemento razão, mais não fosse por uma imposição paternal); 2. Falta de personalidade (o clássico exemplo dos que necessitam de se amparar a algo GRANDE para se sentirem grandes eles próprios, porque geralmente, por si só, nas suas vidas, tem maior dificuldade). Há um terceiro motivo que é a ignorância pura, mas esse é um fenómeno que explica mais o benfiquismo da interioridade.

    Por isso considero grave que digas que "não há nada de moralmente condenável em não ser, em apoiar um rival e desejar que o clube da terra desça". Porque há claramente. Haverá algo de moralmente condenável em aderir às fileiras do exército que combata contra o português? Porquê aí? Sabes o que tem feito a "esses", ou como os tem designado? E haverá algo moralmente em torcer por outra selecção? Não é de facto legalmente condenável, mas é sem dúvida moralmente condenável, porque o facto indesmentível é que a selecção PORTUGUESA não vai buscar os seus adeptos a Espanha, porque a vida é assim mesmo, com lógica.

    O custa é para os que fogem a esta lógica, assumir e enfrentar essa evidente capitis deminutio que têm, enquanto VIMARANENSES.



    nota: Para culminar, desculpa lá Gotehals tratar-te por tu, sei que foste meu mister, mas as deferências terminam quando o mesmo sucede com a carreira.

     
  • Às 07 fevereiro, 2006 15:48 , Blogger Paquito disse...

    É a tua opinião.
    Que respeito e lamento.
    Ou que lamento e respeito.

    Felizmente com poucos adeptos pelas nossas bandas.
    E também felizmente com cada vez menos.

     
  • Às 07 fevereiro, 2006 17:11 , Blogger Paquito disse...

    Sempre eloquente este Barbosa.

    Tenho contudo que concordar EM ABSOLUTO.
    Considero que é indigno de viver um vitoriano que, seja por que motivos e em que circunstâncias for, deseje ao Vitória a descida de divisão ou mal similar.
    Quem o faça, sendo-o, não é tampouco digno da condição humana. Quanto a mim.

    Diz este que por aqui escreve.

     

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