6.2.06

Erros meus, má fortuna, amor ardente

Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que pera mim bastava amor somente.

Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.

Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa [a] que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.

De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!

Luís de Camões

publicada por JC @ 10:42  

1 Comentários:

  • Às 06 fevereiro, 2006 15:56 , Blogger JC disse...

    Meu caro amigo, Luis diverso. Não percebi a das petas que sou acusado de enfiar...
    O Soneto do Luis Vaz, apenas postei por estar em crer que traduz na perfeição o meu estado de espírito, ontem, ao sair do Afonso Henriques.
    Ao inferno, não eu que sofro, mas o próprio sofrimento que erros, má fortuna e demasiada paixão insuflam no nosso ânimo.
    A esperança, essa mantenho-a integral e, como tu, ontem jurei que nenhum auto há-de plasmar tão miserável desfecho. permaneço onde estava há poucos dias: já não estamos a 9 pontos do meio da tabela, mas estamos a apenas 10.
    Termino, com esperança e um apelo:

    D. Afonso Henriques

    Pai, foste cavaleiro.
    Hoje a vigília é nossa.
    Dá-nos o exemplo inteiro
    E a tua inteira força!

    Dá, contra a hora em que, errada,
    Novos infiéis vençam,
    A bênção como espada,
    A espada como bênção!

    Fernando Pessoa, in Mensagem.

     

Enviar um comentário

Efectuar comentários é absolutamente livre, neste blogue. Não serão, no entanto, admitidos insultos aos seus membros ou ao Vitória Sport Clube.

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial

 

Locations of visitors to this page