21.12.05

Olhe que não, olhe que não...

Não consigo concordar assim tanto com o post que antecede, embora tenha alguma razão aqui e ali.
A verdade é que, no início da época, a esmagadora maioria das contratações soaram bem. Soou bem Neca, de quem toda a gente parece ter-se esquecido, quer no post quer nos comentários, soou bem, para quem foi investigar um bocadinho, quer Bena, quer Saganowsky, quer Svard. Soaram bem e até agora não desiludiram (claro que há momentos piores, todos os temos, mas não enganam). Aliás entendo até que o meio-campo apontado como a melhor formação actual, é um dos melhores meios-campos que o Vitória já teve, superado por poucos, entre os quais pontua, claro, aquele que eu próprio integrava.
Soaram ainda bem, por aquilo que deles tinhamos visto nos anteriores clubes, Mário Sérgio e Dário (embora do primeiro, pelo visto, o visionário Pedro Barbosa já tivesse outra opinião - que curiosamente guardou para si ou eu não dei por ela), mas nem todos somos tão clarividentes como ele).
Do Paiva e do Nilsson... bom se um, como bem referiu alguém, foi considerado o melhor da II Liga, o outro foi indicado pelo melhor guarda-redes (a par, talvez com o Damas) que vi jogar no Vitória... confiei e deve ter confiado também (outro não beneficiado com a clarividência) o presidente.
Do Paulo Sérgio... nem bem nem mal é aquilo que já se sabia. Não era necessário.
A única contratação que já se sabia que era má à partida, até porque já cá tinha estado, era a de Manoel.
Do treinador, embora nunca tivesse sido o meu preferido (sou adepto do Cajuda há muitos anos), tinha a recordação de um Vitória a jogar largo e a 2 pontos do primeiro lugar, quando ele por cá passou da última vez. Por isso também não protestei.
Por isso tudo, não venha agora ninguém dizer que o plantel era desiquilibrado à partida, que a época não foi bem planeada, sei lá que mais. Pode até ser assim a outros níveis, mas certamente não no das aquisições. Agora, com todas estas jornadas no pêlo, é fácil falar. É que há muita gente cujo talento parece ter partido para parte incerta, mas isso não é possível adivinhar. São coisas como os exemplos de Carlos Carneiro (um no Passos e no Gil, outro completamente diferente em Guimarães) ou o João Tomás (outro que tal), que acontecem. E acontecem até aos melhores, veja-se o que andou a fazer Raúl no Real a época passada...
A menos que se seja vidente, nada na época transacta de Dragóner fazia prever o que se tem assistido. Nem que o Medeiros seja expulso cada vez que joga.
Nada disto é culpa do presidente, a menos que seja exigível a um dirigente desportivo o dom da adivinhação (com o qual Pedro Barbosa é - sempre nas suas palavras - bafejado).
A verdade é que, para mim pelo menos, em termos desportivos, muito do que está a acontecer não era lógico, nem sequer como tendência, há 5 meses atrás. De resto, apesar de algumas falhas graves naquela que foi a terceira melhor defesa da liga passada (curiosamente quase com os mesmos jogadores - já sei, já sei, falta o Paulo Turra o mesmo que, se a memória não me trai, só dava lenha no Boavista e aqui demonstrou ser um senhor, o que para mim não apaga o que andou a fazer nas épocas anteriores e a forma como jogava, tenho a sensação ao contrário... aqui correu-lhe bem, às tantas não fazia outra época igual), todos eram unânimes em que o Vitória até jogava bem (nalguns jogos até jogou muito bem), mas andava com falta de sorte (devemos ser a equipa com mais bolas aos postes e trave) e pouco concretizador. Também todos concordamos que, desde há muito tempo, alguns elementos do plantel indiciavam não estar bem, falhavam demais e, infelizmente, com consequências graves e que, do banco não saíram soluções à altura.
Que haja algum amadorismo, transpira aqui e ali, mas entendo que está longe de ser esse o factor responsável pelo actual estado das coisas. E se querem que seja muito sincero, não sei bem qual é e não sou adepto da construção de teorias mal apoiadas na realidade ou apoiadas apenas em realidades individuais. O que sei é que assim não pode continuar, que espero que se dê a volta, que acho que é possível, de resto basta olhar o que sucedeu o ano passado. Que a quadra natalícia traga de volta a boa forma a alguns, que saiam outros que não fazem cá falta e que ingressem reforços de qualidade. Que o Vitor Pontes prove ser tudo o que o Mourinho diz dele. Enfim, que 2006 seja um grande ano para todos, Vitória incluído!!!

VAMOS DAR A VOLTA!!!

Um abraço forte e o melhor para todos!

publicada por JC @ 10:05  

2 Comentários:

  • Às 21 dezembro, 2005 12:06 , Blogger Edmur disse...

    caro n´dinga
    concordo plenamente com tudo o que disseste...foi o que tentei explicar ( e se calhar nao o consegui fazer tao claramente como tu o agora fizeste)...muito bem
    pena é que com tanta vontade de atribuir culpas a este ou àquele esquecem-se de falar nos 4 pontos que o vitoria fez agora fora de casa..e em penafiel fez um grande jogo e no bessa uma grande segunda parte que so nao foi melhor graças à intervençao daquele palhaço de amarelo que la andava..isto tudo com os mesmos jogadores que o pacheco dispunha à 15 dias (curioso)...

     
  • Às 22 dezembro, 2005 10:11 , Blogger Gregório Freixo disse...

    De acordo com grande parte do que foi dito, com uma grande diferença.
    Entendo que a construção do plantel enfermou de dois grandes defeitos.
    1. A contratação de jogadores à revelia, ou pelo menos desconhecidos do treinador. No que toca à formação de um plantel, sou defensor de que o treinador deve ter a palavra decisiva na escolha dos seus comandados. Não sou, todavia, favorável a cartas brancas ou a liberdades totais da parte deles. Mas, no essencial, deve ser o treinador a fazer as escolhas. É que não basta uma Direcção colocar à disposição um lote de jogadores que até podem ser todos excelentes. O treinador pode entender que os mesmos não são compatíveis, não se adequam ao sistema de jogo que ele quer implementar, etc... Ora, já foi dito pelo JP que, do lote dos que vieram, ele tinha escolhido, salvo erro, 3 e que os outros não conhecia, o que não foi desmentido. Poderá estar aqui uma das razões do nosso fraco desempenho.

    2. O desequilíbrio no plantel. Este factor, vais-me perdoar caro zairense, era visível desde o início. E concentra-se sobremaneira nas alas. Desde o início que se via que não havia alternativas aos laterais, senão jovens verdinhos e adaptações forçadas. Isto leva a que, por exemplo, toda a gente diga que o nosso Rogério é o que é, mas que também se reconheça que não há melhor que ele!
    Por outro lado, também ficou mais ou menos claro desde bem cedo que o Vitória em todo o seu plantel, so tinha um verdadeiro extremo: o Paulo Sérgio.
    Aliás, este para mim é dos maiores enigmas da temporada: como é que uma equipa que vai ser treinada pelo JP, um confesso admirador do 4x3x3, aparece praticamente sem extremos de raiz...
    E é isto.

     

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