23.6.11

Ia ser promovido...

(este é o desenlace do episódio anterior - Vou ser promovido !...)


E estava eu convencido que ia ser promovido...

Afinal, a reunião que o meu chefe queria ter comigo, não era reunião nenhuma.

Era apenas para me mandar embora. Despedir-me. Pôr-me na rua.

Tentei argumentar, falei-lhe da opinião do Jeremias, e de tantos outros, mas nada. Nem quis saber.

E eu não consigo compreender.

Afinal, é ou não é lícito que uma pessoa possa receber por dois lados, ainda que só trabalhe num?

Como é que o Nilson pode ter razão e eu não?

Como é que o “patrão” me pode fazer uma coisa destas?

Ainda lhe lembrei tudo aquilo que eu já dei à empresa, do tempo em que já lá trabalho, mas nada disso o demoveu.

Quem se moveu fui eu… do meu trabalho para o olho da rua…


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publicada por Ibraim @ 17:52  

7 Comentários:

  • Às 24 junho, 2011 11:33 , Blogger Mendes disse...

    E foste muito bem movido Ibraim... Os contratos são para cumprir.
    Neste caso alguém quer deixar de cumprir temporariamente as suas obrigações para com o clube para obter mais vantagens individuais, mesmo tendo consciência que é uma peça importante na equipa.
    E isso do amor à camisola tem muito que se lhe diga: de que me serve afirmar o amor pela minha mulher (que por acaso de momento não tenho), se saio de casa para "dar apoio" a uma amante que é mais fogosa e me dá uns momentos extra porreiros?
    Nas devidas proporções, é uma atitude similar ao Vilas-Boas: trata-se da fidelidade ao clube ou do verdadeiro "amor à camisola".
    E voltando ao paralelismo com as mulheres, sabemos que é muito fácil ser fiel à nossa mulher quando somos assediados por um qualquer vasculho; mas se o formos por um "avião", aí sim é posta á prova o amor à camisola.
    O avião levou a melhor no caso Vilas-Boas; no caso Nilson, a consciência e o medo de ver a mulher zangada e as malas á porta forçou o arrependimento.
    Ainda bem, para bem da mulher...

    PS: Parece que estou a ser boicotado (pelo capitão???) já que apareço como anónimo.
    Mas isso jamais me impedirá a mim (Mendes) de opinar.

     
  • Às 24 junho, 2011 18:52 , Blogger Jeremias disse...

    estou deliciado com os posts do IBRAIM e o comentário do MENDES. É sempre bom ver o blogue voltar aos seus tempos de debate a sério.
    Só há uma coisa que eu não percebi da vossa argumentação: esses principios também são aplicáveis a outros internacionais que joguem no Vitória (N'Dyaie,El Adoua,Faouzi,N'Djeng,etc) ou são(eram)exclusivos do Nilson?
    Já agora: Acham os meus ilustres amigos que o Ronaldo,Nani,Ricardo Carvalho,Moutinho,etc jogam de borla na selecção nacional?

     
  • Às 24 junho, 2011 20:10 , Blogger Ibraim disse...

    Não, meu caro Jeremias, não acho.
    Não sou assim tão ingénuo, mas a questão não é essa.
    Claro que todos os internacionais portugueses ganham dinheiro por representar a selecção. Mas o caso do Nilson é bem diferente dos portugueses genuínos, e até bem diferente dos “portugueses plasteados”.
    Passo a explicar…
    Em primeiro lugar, e para fazer um ponto de situação sobre o assunto, devo dizer que sou absolutamente contra todas estas situações de utilização de estrangeiros através do subterfúgio da sua naturalização.
    O caminho por onde segue a FIFA e a UEFA, leva à completa descaracterização das selecções, perdendo-se literalmente todo o espírito que inicialmente lhes estava subjacente.
    Para mim, uma selecção nacional deve ser representativa de um Povo, pelo que deveria ser integrada apenas pelos seus naturais. E isto vale tanto para jogadores como para treinadores.
    Sou um romântico? Sou, pois! Mas é assim que eu vejo as coisas…
    Claro que se os outros fazem isto, nós também temos o direito de o fazer, mas ainda assim parece-me um caminho errado, de completa desvirtuação daquele que deveria ser o espírito das selecções.
    Mas dado o “status quo” vigente, temos de nos adaptar…
    Pois muito bem, assim sendo e aceitando como válida a premissa da utilização destes “portugueses plasteados”, considero que o caso do Pepe é o mais aceitável de todos, porque apesar de ter sido nado e crescido no Brasil, cresceu para o futebol profissional em Portugal, para onde veio com 18 anos.
    O caso do Deco é quase sobreponível ao de Pepe, uma vez que veio para cá com 20 anos.
    O caso do Liedson já é de ir às lágrimas. Veio para Portugal com 26 anos.
    Qualquer um dos três foi chamado à selecção nacional seis anos depois de ter vindo para Portugal.
    Os casos dos nossos internacionais genuínos (El Adoua, Faouzi, N’Dyaie e N’Djeng), esses sim, esses têm o direito legítimo de querer representar os seus países.
    Para mim isso é pacífico.
    Como é pacífico os exemplos de todos os outros internacionais genuínos, sejam eles portugueses no estrangeiro, ou estrangeiros em Portugal.
    O caso do Nilson já entra no âmbito da inenarrabilidade (esta nem o Manel Machado diria!).
    O homem propunha-se a representar um país onde nunca foi, que não conhecia e mal deveria saber onde ficava, e com o qual não tinha nenhuma afinidade que não fosse a ambição financeira (pelo menos teve a hombridade de reconhecer).
    Foi uma manobra daquelas em que somos peritos – o chico-espertismo.
    Aproveitava-se o estatuto de internacional apenas para permitir que um futebolista de 35 anos fosse ganhar umas massas extra, ainda que para isso prejudicasse o seu clube…
    E pronto, meu caro Jeremias, é esta a minha posição sobre a pouca vergonha em que se transformaram as selecções, e que permitiu que, há uns anos atrás, a selecção italiana de futebol de praia, que jogou num Campeonato do Mundo, fosse constituída TOTALMENTE por jogadores nascidos e criados… no Brasil.
    É verdade. Eram todos brasileiros…

     
  • Às 24 junho, 2011 20:20 , Blogger Luis Filipe disse...

    A comparação do caso Nilson com um qualquer profissional seja de que Pais for que seja um potencial internacional e com mais valias para o clube, é puro delírio.
    Sugiro ao Jeremias algum repouso e que a "volta de debates a serio" sejam sobre assuntos sérios.
    Então um profissional Brasileiro que Joga em Portugal e quer de repente jogar no Burkina Faso, atenção não é por Portugal ou como seria lógico pelo Brasil,é pelo Burkina Faso, será comparável aos que representam as cores do seu País????????????
    Já agora a minha argumentação é simples, 1º os interesses do Vitória e neste caso o Vitoria ganha nada.

     
  • Às 24 junho, 2011 23:21 , Blogger Jeremias disse...

    Caro IBRAIM.
    Vamos por partes:
    Estamos ambos de acordo a 100 quanto ao disparate que é permitir a naturalização de jogadores para representarem as equipas nacionais.
    Para mim a selecção (e não apenas a de futebol note-se) deve representar a realidade da modalidade no país.
    Porque ter uma selecção de futebol cheia de brasileiros,de basquetebol cheia de americanos, ou de andebol cheia de suecos pode dar titulos mas não representa nada nem ninguém.
    Infelizmente o caminho que se seguiu ,não apenas no futebol repito,foi outro.
    Foi o da facilidade.
    E daí que para mim seja mais chocante naturalizar o Liedson e menos o Deco ou o Pepe mas em qualquer caso é uma perversão da realidade. Admito que para alguns uma perversão menor seja mais aceitável que uma perversão maior.
    Será.
    Mas é perversão na mesma.
    E por isso para mim ou há moral ou comem todos como diz o povo na sua sabedoria inigualável.
    Caro luis filipe:
    Não sei se é o seu nome ou escolheu o nome de um jogador que por cá passou há poucos anos. Talvez a segunda hipótese a avaliar pelo estilo.
    Neste blogue todos os debates entre "Velhas Guardas" são sérios independentemente de quem tem razão.
    Umas vezes tem uns outras vezes tem outros.
    Numa coisa pode estar descansado: a defender os interesses do Vitória estamos todos a jogar para o mesmo lado.
    Já agora: as medalhas de prata e ouro ganhas por Francis Obikwelu em Jogos Olimpicos e Mundiais de atletismo também se inserem na categoria de "delírio"?
    Ou será que há naturalizações boas e naturalizações más?

     
  • Às 25 junho, 2011 00:22 , Blogger Ibraim disse...

    1) O pomo da nossa discórdia é exactamente esse: enquanto tu consideras que o caso do Nilson é semelhante ao dos outros "plastiados", para mim não, para mim é bem diferente...

    2) Como é óbvio, tudo aquilo que eu disse sobre a selecção de futebol, aplica-se da mesma exacta maneira às outras modalidades
    Por assim ser é que dei o exemplo do futebol de praia...

    3) Quanto à questão do Obikwelu, e apesar dela não me ter sido dirigida, devo dizer-te que as conquistas do nigeriano não me aquentam nem me arrefentam, porque simplesmente não o considero português...

     
  • Às 25 junho, 2011 16:13 , Blogger Saganowski disse...

    Meus Caros:

    Neste asssunto, sou pelos que opinam que as selecções devem ter apenas jogadores nascidos naquele país. No entanto, consigo aceitar que jogadores estrangeiros se naturalizem e joguem por Portugal, mas a uma idade aceitável, como poe exemplo até aos 22 anos (e após alguns anos de permanência no país).

    Quanto ao caso do Nilson, compreendo o desejo dele de ser guarda-redes de uma selecção, mas sou contra. Tanto no caso dele, como de outros na mesma situação.
    Não me parece ético que um jogador se naturalize por um país onde nunca jogou, onde nunca põs os pés nem sabe nada da sua língua, cultura, etc.

    Quanto ao resto, que role a bola!

     

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