7.12.08

O clube do diz-que-disse.

Há três tipos de vitorianos. Um primeiro, ainda assim numeroso e de que faço parte, que é aquele que tem consciência de que não sabe patavina do que se passa na vida interna do clube. Um segundo, claramente maioritário, que julga saber muita coisa do que lá por dentro se passa. Finalmente, um terceiro, e que é minúsculo, que é aquele que REALMENTE sabe o que lá por dentro se passa.

Basta dar uma volta pelos blogues vitorianos, fóruns e respectivos comentários para sermos inundados de informações reveladas por fontes seguras mas nunca reveladas. Toda a gente parece saber de tudo.
A primeira questão que isto me levanta, é saber se isto será uma originalidade vitoriana. Não sei o que se passa nos outros clubes, mas palpita-me que não estaremos sós. Todavia, no Vitória isto é potenciado por factores vários. Uns, são inerentes à natureza do clube e por isso, inevitáveis. Outros têm directamente a ver com a forma como o Vitória é dirigido.

Factor inultrapassável é a paixão com que vivemos o nosso clube. Toda a gente quer saber de tudo a toda a hora e por isso somos pasto fértil à boataria.
Um factor evitável é, por exemplo, este: o secretismo que rodeia as decisões que são tomadas, ao mais alto nível, no Vitória e de que já aqui falei. Como é evidente, quando não se esclarecem devidamente as coisas que podem e devem ser esclarecidas, abre-se caminho ao rumor. Se não se diz por quanto se vendeu O Geromel, ("só" o activo mais valioso do clube) então ele passa num instante a ser vendido por dois milhões, por três e meio, por cinco, a totalidade do passe, só 75%, afinal parece que foi metade, ou ainda por um saco de bolas de capão e cinco pares de chuteiras. A informação lá vai circulando, mas circula inquinada e é um desafio quase insuperável distinguir o que é real do que o que foi inventado.

Mas isso nem é a parte pior. O pior e aqui vamos ao segundo factor evitável, é que muita desta informação inquinada... vem lá de dentro. É que, se por um lado se quer manter tudo no segredo dos Deuses, no Vitória há muitos Deuses e sobretudo há muito quem tenha a mania que é Deus e que gosta de mostrar que "está por dentro".
Aqui há tempos, um alto dirigente do Vitória garantia a um amigo meu que determinada coisa já tinha acontecido. Passaram os dias e a tal coisa... nunca chegou a acontecer. Estamos a falar da cúpula, meus caros. Agora imaginem os restantes "satélites" que circulam à volta da dita cúpula.

Por fim, se dentro da cúpula há sub-grupos e fraco espírito de equipa, então o caldo está definitivamete entornado e assistimos ao que temos assistido.
Na verdade, nos últimos tempos, isto tem passado de fenómeno "normal", a realidade procupante. Ainda assim, e apesar do turbuilhão de boatos com que levamos diariamente, tenho feito um esforço por manter a minha postura: ligar pouco ao que se diz passar-se lá dentro e comentar apenas os factos. Mais nada.
Quanto aos nossos dirigentes, só peço duas coisas: divulguem o que podem divulgar e os sócios têm direito a conhecer e quanto ao resto... por favor, calem-se.

publicada por Gregório Freixo @ 23:40  

1 Comentários:

  • Às 08 dezembro, 2008 13:55 , Blogger M.KnighT disse...

    Relativamente ao que leio nesta crónica, nada mais verdadeiro! Se há dúvidas relativamente em qual dos grupos me insiro é simples: Perguntem ao capitão ou ao Carlitos se o que aki foi dito é verdade ou não! A resposta deles irá certamente esclarecer em qual dos grupos me encaixo. É preciso é coragem para todos assumirem as suas responsabilidades. E se quiserem consultem as contas do clube e vejam quanto aufere o Vasco Santos!

     

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