21.11.08

Ainda o senhor Salvador.

Saiu publicado na imprensa local um artigo de um amigo que gostaria de partilhar convosco.

Por vezes, alguns sinais de admiração pela vitalidade e força dos vimaranenses e suas instituições surgem das origens mais inesperadas e não deixam de causar alguma comoção. Haja em vista o exemplo do futebol. Em várias ocasiões registamos sinais de admiração e homenagem às singularidades do Vitória Sport Clube e à grandeza da sua massa associativa tributadas pelo presidente de um clube vizinho. Depois de várias vezes lamentar que à sua massa adepta falte a força da nossa –facto público e notório, salientado em puro e humilde reconhecimento da verdade que nem todos fariam-, depois de repetir quanto gostaria de disputar os jogos do seu clube no nosso estádio e com os nossos adeptos –aspiração que não sendo original e que outros partilharão, muito bem compreendemos face à realidade de quem assim fala-, deu agora em seguir o Vitória nos jogos fora, engrossando a nossa numerosa falange de apoio e com lugar de destaque televisivo, fazendo-se mostrar ao país num caloroso gesto que só pode engrandecer o clube destinatário dos seus carinhos e atenções. Assim sucedeu no passado sábado, no jogo disputado no Estádio do Dragão entre o Vitória e o FCP.
Que isto engrandece o nosso emblema é coisa que poderia parecer pacífica, posto que inusitada, aos olhos de um qualquer. Aos nossos -dos vimaranenses e vitorianos- ainda mais, pode acrescentar-se. È que, desde cedo temperados no afecto por um só emblema, somos dados a uma só paixão. Assim, e ainda que registando com elevado apreço o pranto de homenagem de tão alta patente de um clube de fora, resistimos à tentação de amabilidades excessivas, excluindo-se, portanto, que na busca de uma elegante e urbana reciprocidade pudesse equacionar-se a devolução do gesto. Se é bem verdade que em atenção às regras da etiqueta poderia cair bem um sinal sugestivo de uma qualquer retribuição de tão afectivo cumprimento, noutros casos tão natural, melhor será limitarmo-nos a um penhorado agradecimento por tão sentida devoção, mas um agradecimento igualmente franco, de onde resulta a obrigação de confessar ao nosso admirador que se afigura para nós completamente fora de causa fazer o mesmo ou coisa semelhante, o que se regista por amor à verdade, embora sempre com o protesto dos nossos respeitos por quem tanto nos estima e aprecia, por quem tão proximamente vive o nosso clube e o tem sempre tão presente nos seus pensamentos e aspirações. Os nossos afectos, porém, viram-se para dentro, para as nossas cores. E não sobra devoção para tão generosos passos, só ao alcance de corações magnânimos, é bom dizer, que tão fundo calam as nossas emoções, é verdade, mas que nos sentimos incapazes de acompanhar, ainda que a custo. De todo o modo, é bonito de ver e só nos faz recordar que é por estas e por outras que o Vitória é um clube diferente. Pelo que nós fazemos dele e pelo que dele fazem os outros, rivais, amigos e admiradores, devotos admiradores, sobretudo estes, espalhados um pouco por todo o lado, até por alguns sítios insuspeitos, como é o caso em apreço, de alguém que, afinal, tanto gostaria de ser como nós, e que por tudo merece caloroso agradecimento e afectuosa saudação.

publicada por Gregório Freixo @ 15:00  

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